Economia

Com surpresa em Alimentação, Fipe reduz previsão do IPC de setembro para 0,10%

A carne bovina ficou 0,59% mais cara, depois de registrar queda de 0,89% no fim de agosto

São Paulo - Mais uma vez, o grupo de alimentos registrou queda mais intensa na primeira leitura deste mês na comparação com a medição anterior no indicador que mede a taxa de inflação na cidade de São Paulo. De acordo com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), o grupo Alimentação apresentou queda de 1,49% na primeira quadrissemana (últimos 30 dias terminados no dia 8), depois de ceder 1,33% no fim de agosto. Por isso, a projeção para o IPC fechado deste mês foi reduzida de alta de 0,16% para 0,10%, conta Moacir Mokem Yabiku, gerente técnico de pesquisa do indicador.

"A cada semana, as quedas estão vindo mais fortes. Os sinais são de que o grupo Alimentação vai continua caindo", estima, completando que também alterou a projeção para a classe de despesa de alimentos de recuo de 0,10% para declínio de 0,42%. Em agosto, Alimentação cedeu 1,33%, enquanto o IPC-Fipe ficou em 0,10% e desacelerou para 0,05% na primeira quadrissemana de setembro.

Todos os segmentos do grupo Alimentação no IPC ajudaram no índice na primeira leitura do mês. A parte de alimentos industrializados passou de recuo de 0,32% para 1,09%, com destaque para os derivados do leite (de alta de 0,48% para -1,45%) e açúcar (de -0,23% para -4,46%).

Já a categoria de semielaborados diminuiu o ritmo de queda, porém ainda mostrou queda considerável de 2,08% na primeira quadrissemana do mês na comparação com -2,52% antes. "Foi por causa de carne bovina. Daqui para frente, deve continuar pressionando devido ao período de estiagem que acaba por encarecer os custos com aumento de preços de ração", explica.

A carne bovina ficou 0,59% mais cara, depois de registrar queda de 0,89% no fim de agosto. Os primeiros sinais são de alta na faixa de 3% no encerramento deste mês, adianta Yabiku. "Porém, leite longa vida caiu mais (3,45%) em relação à pesquisa anterior (-3,39%), o que ajudou a conter o segmento de semielaborados", afirma.

Os alimentos in natura, por sua vez, intensificaram a velocidade de queda de 1,99% para 3,10% na primeira leitura de setembro, em boa parte devido ao clima mais quente, segundo o analista da Fipe. Todas as categorias apresentaram taxas negativas entre o encerramento de agosto e a primeira quadrissemana de setembro: frutas (de -0,61% para -0,52%); legumes (de -4,65% para -7,47%); tubérculos (de alta de 0,19% para -1,37%); e verduras (-5,84% para -7,35%).

Yabiku conta que, no caso do item legumes, o destaque foi o recuo de 16,13% no preço do tomate, depois do declino de 10,13% no fim de agosto. Já a verdura que ficou mais barata, diz, foi a alface, com queda de 8,74% (ante -6,95%). Na categoria de tubérculos, cita, a cebola mostrou recuo no preço de 11,50% (ante -4,62%), enquanto a batata ficou 4,00% mais cara, depois de subir 1,83% no fechamento do IPC do mês passado.

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