Economia

Fiesp: neste momento, BNDES precisava estar aplicando ao máximo seus recursos

O presidente da Fiesp lembrou que grande parte dos recursos do BNDES são repassados por outras instituições financeiras

Brasília - O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, defendeu nesta terça-feira, 12, que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aplique "ao máximo" seus recursos para financiamentos neste momento de crise. Em evento no Palácio do Planalto, com a presença do presidente Michel Temer e do presidente do banco de fomento, Paulo Rabello de Castro, Skaf disse que a medida pode ajudar a impulsionar a atividade das empresas.

"Ninguém fala em recursos do Orçamento, estamos falando recursos do próprio BNDES. O banco recebe cerca de R$ 80 bilhões em retorno de pagamentos e em recursos do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) que não estão sendo aplicados. O banco precisava estar aplicando ao máximo", disse Skaf.

O presidente da Fiesp lembrou que grande parte dos recursos do BNDES são repassados por outras instituições financeiras (as chamadas operações indiretas). Ele acusou essas instituições de estarem represando o crédito. "Se não houver boa vontade dos agentes, fica tudo engessado, há dificuldade nesse sentido", afirmou.

Skaf ainda defendeu um "meio-termo" na proposta de parcelamento de débitos tributários, o Refis. Segundo ele, é preciso chegar a um texto com condições intermediárias entre a proposta do governo e a do relator, deputado Newton Cardoso Jr. (PMDB-MG), que previu descontos praticamente integrais em juros e multas.

'Dilema do câmbio'

O presidente da Associação Brasileira de Indústria Têxtil (Abit), Fernando Pimentel, defendeu que a indústria não pode voltar a viver o "dilema do câmbio", segundo o qual a valorização do real ante o dólar pode voltar a impulsionar importações, prejudicando a atividade local. Pimentel adiantou que mostraria sua posição mesmo sob o risco de "desagradar" ao ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, presente ao evento no Planalto.

"Não podemos voltar ao dilema do câmbio. No mês passado já tivemos aumento de importações no nosso setor", afirmou o representante da Abit. Pimentel disse também que o País precisa crescer pelo menos 4% ao ano.

Representantes da indústria e das centrais sindicais têm listado uma série de medidas consideradas necessárias para impulsionar a atividade, como a retomada do crédito, o aumento no número de parcelas pagas pelo seguro-desemprego, a queda mais acelerada dos juros, a retomada de obras públicas que estão paradas, entre outras iniciativas.

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