Economia

Setor externo tem déficit de US$ 343 milhões em outubro, diz Banco Central

Apesar do déficit, o resultado de outubro é o melhor para o mês desde outubro de 2007, quando houve déficit de US$ 216,5 milhões

Brasília - Após o superávit de US$ 434 milhões em setembro, o resultado das transações correntes ficou negativo em US$ 343 milhões em outubro, informou nesta quinta-feira, 23, o Banco Central, por meio da Nota do Setor Externo à imprensa. A instituição projetava para o mês passado déficit em conta de US$ 1 bilhão. Apesar do déficit, o resultado de outubro é o melhor para o mês desde outubro de 2007, quando houve déficit de US$ 216,5 milhões.

O número ficou dentro do levantamento realizado pelo Projeções Broadcast, que tinha intervalo de déficit de US$ 5,156 bilhões a superávit de US$ 400 milhões (mediana negativa de US$ 830 milhões). A estimativa do BC, atualizada no Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de setembro, é de que o rombo externo de 2017 seja de US$ 16,0 bilhões. Para 2018, a projeção do BC é de déficit de US$ 30,0 bilhões.

A balança comercial registrou saldo positivo de US$ 4,911 bilhões em outubro, enquanto a conta de serviços ficou negativa em US$ 2,704 bilhões. A conta de renda primária também ficou deficitária, em US$ 2,765 bilhões. No caso da conta financeira, o resultado ficou no azul em US$ 22 milhões.

No acumulado do ano até outubro, o rombo nas contas externas soma US$ 3,033 bilhões.

Já nos últimos 12 meses até outubro deste ano, o saldo das transações correntes está negativo em US$ 9,648 bilhões, o que representa 0,48% do Produto Interno Bruto (PIB).

Remessa de lucros

A remessa de lucros e dividendos de companhias instaladas no Brasil para suas matrizes foi de US$ 1,454 bilhão em outubro, informou o Banco Central. A saída líquida representa um volume menor que os US$ 1,566 bilhão que foram enviados em igual mês do ano passado, já descontados os ingressos.

No acumulado de janeiro a outubro deste ano, a saída líquida de recursos via remessa de lucros e dividendos alcançou US$ 15,701 bilhões. O total é superior ao registrado em igual período do ano passado, quando as remessas foram de US$ 13,723 bilhões. A expectativa do BC é de que a remessa de lucros e dividendos deste ano some US$ 23,0 bilhões. Para 2018, o cálculo é de US$ 25,5 bilhões.

O BC informou também que as despesas com juros externos somaram US$ 1,337 bilhão em outubro, ante US$ 1,464 bilhão em igual mês do ano passado. No acumulado do ano, essas despesas alcançaram US$ 18,587 bilhões, valor maior que os US$ 17,458 bilhões de igual período do ano passado. Para este ano, o BC projeta pagamento de juros no valor de US$ 23,5 bilhões. No caso de 2018, a cifra estimada é de US$ 20,5 bilhões.

Viagens internacionais

O saldo negativo de viagens internacionais cresceu quase 20% em outubro, informou o Banco Central. No mês passado, quando o dólar subiu mais de 3% ante o real, a diferença entre o que os brasileiros gastaram lá fora e o que os estrangeiros desembolsaram no Brasil resultou em saldo negativo de US$ 1,174 bilhão. Em igual mês de 2016, o déficit havia sido de US$ 988 milhões. Em um ano, portanto, houve alta de 18,8%.

O desempenho da conta de viagens internacionais foi determinado por despesas de brasileiros no exterior, que somaram US$ 1,637 bilhão em outubro. Já o gasto dos estrangeiros em passeio pelo Brasil ficou em US$ 463 milhões no mês passado.

No acumulado do ano até outubro, o saldo líquido dessa conta está negativo em US$ 10,959 bilhões. Em igual período do ano passado, esse valor era de US$ 8,473 bilhões. Para 2017, o BC estima um déficit de US$ 13,5 bilhões para esta rubrica, mais que os US$ 8,473 bilhões de déficit registrados em 2016. No caso de 2018, a projeção do BC é de déficit de US$ 17,3 bilhões em viagens.

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