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Morre no Rio Carlos Heitor Cony

Cony era quinto ocupante da Cadeira nº 3 da ABL. Ele foi eleito em 23 de março de 2000, na sucessão de Herberto Sales e recebido em 31 de maio de 2000 pelo acadêmico Arnaldo Niskier

Cony ocupava cadeira nº 3 da ABL

Aos 91 anos, o jornalista e escritor Carlos Heitor Cony morreu por falência múltipla dos órgãos no Hospital Samaritano, em Botafogo, zona sul do Rio, na noite de sexta-feira (5), segundo a assessoria da Academia Brasileira de Letras.

Ainda não há informações sobre velório e sepultamento.

Cony era quinto ocupante da Cadeira nº 3 da ABL. Ele foi eleito em 23 de março de 2000, na sucessão de Herberto Sales e recebido em 31 de maio de 2000 pelo acadêmico Arnaldo Niskier.

Carlos Heitor Cony foi um dos mais prolíficos escritores da história do Brasil. Nascido no Rio de Janeiro em 14 de março de 1926, ele atuou como autor para o teatro, cinema, TV e documentários.

Durante a carreira, colaborou com os principais jornais do País e venceu por três vezes o Prêmio Jabuti, com os livros Quase Memória (1996), A Casa do Poeta Trágico (1997) e Romance Sem Palavras (2000).

Mas além dos romances, Cony se destacou como cronista e ensaísta político. Em Quem Matou Getúlio Vargas, Cony explora a controversa biografia do ex-presidente brasileiro e as causas de sua morte. Publicado em capítulos semanais na Revista Manchete, o livro foi censurado pela Ditadura Militar e teve fatos e opiniões refutados pelo Marechal Juarez Távola em textos puplicados na mesma revista.

Cony teve experiências no cinema ao escrever os roteiros de A Noite do Massacre (1975), Os Trombadinhas (1979), Os Primeiros Momentos (1973) e Intimidade (1975). Na TV, ele esteve por trás dos textos de Comédia Carioca (1964) e Marquesa de Santos (1984). Ainda na TV, Cony colaborou na produção de três documentários da Rede Manchete: JK – 7 anos Sem a Sua Companhia, JK – A Voz da História, Vargas – A Vida e a História (todos baseados em livros dele).

Cony era casado com Beatriz Latja e tinha três filhos: Regina, Verônica e André. Alfabetizado em casa, o autor estudou posteriormente em um seminário de Rio Comprido e chegou a ser ordenado padre aos 19 anos.

Trabalhou também como funcionário público da Câmara Municipal do Rio de Janeiro até 1952 e em 1960, entrou para o Correio da Manhã, onde escreveu editorial contra o presidente João Goulart. Quando a Ditadura foi instalada, o autor se arrependeu publicamente pelo texto.

Durante esse período, foi preso por seis vezes e futuramente indenizado pelo Governo por ser sofrido danos materiais e físicos com essas detenções causadas por textos que criticavam o regime vigente. 

Com informações do Portal R7.

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