Entretenimento e Cultura

'Suzane Assassina e Manipuladora' segue formato do jornalismo literário

O livro sobre a história da assassina confessa começou a nascer durante o trabalho de reportagem sobre o crime

Estadão Conteúdo

Redação Folha Vitória
Foto: Reprodução

Com diálogos reconstruídos com base nos depoimentos na polícia e na Justiça e a partir de dezenas de entrevistas de pessoas ligadas diretamente ao crime ou que conviveram com os assassinos condenados na cadeia, o livro tem o formato do jornalismo literário, um estilo usado por autores consagrados do gênero, como os escritores Truman Capote e Gay Talese, ícones desse tipo de literatura. "O Cristian, por exemplo, ajudou muito com detalhes nas entrevistas, uma delas por oito horas", explicou Ullisses Campbell, de 44 anos.

Formado pela Universidade Federal do Pará, o jornalista tem 24 anos de profissão como repórter. Campbell já ganhou três vezes o Prêmio Esso de Reportagem. Trabalhou nos jornais A Província do Pará, O Liberal e Correio Braziliense, além de fazer carreira na Editora Abril, onde foi repórter das revistas Superinteressante e Veja.

O livro sobre a história da assassina confessa começou a nascer durante o trabalho de reportagem sobre o crime para a revista Veja, em 2016. De acordo com o autor, Suzane Assassina e Manipuladora é uma obra embasada na farta documentação existente sobre o caso nos tribunais e nas instituições prisionais, em laudos do Instituto Médico Legal, além de reunir dezenas de depoimentos de gente que conviveu com os presos. Campbell conta que somente na fase do prejulgamento, quando o Judiciário prepara o tribunal, documentos mostram que a própria Suzane produziu 400 páginas de relatos detalhados dos fatos.

Na construção da obra literária, o autor apelou ainda para peritos forenses ouvidos em busca de explicações para o que poderia ter levado a moça ao parricídio. Uma das dúvidas era exatamente o que levou ao plano de mortes.

De acordo com o autor, psicólogos explicam que um assassinato é resultado de uma série de fatores combinados. Ele explica que, segundo especialistas no comportamento humano, para matar não basta o desejo de matar. É preciso haver a vontade de matar, um gatilho, ou seja, um fato desencadeador da violência, e, por fim, tratar-se de alguém com um perfil cultural determinado.

De acordo com o autor, Suzane falou com ele em pelo menos quatro oportunidades, mas não quis dar entrevistas. Nas conversas, porém, tentava identificar o conteúdo apurado, pedia detalhes e terminava por esclarecer fatos da narrativa.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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