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Taylor Swift leva o prêmio de melhor álbum do ano

Entre os brasileiros, a pianista Eliane Elias bateu concorrentes fortes, como o também pianista cubano Gonzalo Rubalcaba, e trouxe um gramofone na categoria Melhor Álbum de Jazz Latino

Redação Folha Vitória
Taylor Swift bateu o rapper Kendrick Lamar e levou o prêmio de melhor álbum do ano por seu trabalho em 1989 Foto: Reprodução/Instagram

São Paulo - Taylor Swift bateu o rapper Kendrick Lamar e levou o prêmio de melhor álbum do ano por seu trabalho em 1989. Ela subverteu o clima de celebração do hip hop, que imperava desde a abertura da 58ª edição do Grammy Awards, realizada na madrugada desta segunda para terça, 16, no Staples Center, em Los Angeles.

O rap já parecia transbordar às indicações das categorias específicas e assumir o tom da noite. O apresentador principal era um rapper, LL Cool J. O artista premiado pelo conjunto da obra era um grupo de rap, o RUN DMC. E dois artistas que ameaçavam polarizar a noite com Taylor Swift eram rappers, ou considerados assim: o californiano Kendrick Lamar, com 11 indicações, e o canadense Weeknd, com sete. Se confirmassem as expectativas, seria a noite do rap.

Entre os brasileiros, a pianista Eliane Elias bateu concorrentes fortes, como o também pianista cubano Gonzalo Rubalcaba, e trouxe um gramofone na categoria Melhor Álbum de Jazz Latino pelo disco Made in Brazil. Gilberto Gil, que concorria com a gravação do álbum Gilbertos Samba, só com músicas de João Gilberto, perdeu para a cantora do Benin, Angelique Kidjo.

Antes mesmo de a transmissão começar (pelo canal TNT), alguns prêmios já haviam sido distribuídos, e Kendrick Lamar já havia começado a deixar sua marca, levando os gramofones por Melhor Performance de Rap e Melhor Canção de Rap, as duas pelas mesma música, Alright. To Pimp a Butterfly, uma obra impactante e inovadora, já havia levado na categoria de Melhor Álbum de Rap e These Walls ganhara na categoria de Melhor Rap Colaborativo, dividindo o prêmio entre Lamar, Bilal, Anna Wise & Thundercat.

O outro lado da cultura pop norte-americana também estava cuidadosamente bem representada. Chris Stapleton, que comemorava como um azarão a indicação na categoria Melhor Álbum do Ano, tinha nas mãos o prêmio de Melhor Álbum de Country, um mercado gigantesco dentro dos Estados Unidos, que movimenta milhões ao ano e que o Grammy trata com carinho. Já era uma grande vitória para seu ótimo e regional disco, Traveller.

Adele fez uma aparição angustiante. Cantou All I Ask falhando, não atingindo as notas agudas no começo e perdendo o controle total da afinação no final. Deve ter pedido a Deus que aquela tormenta acabasse logo. Foi certamente das apresentações mais infelizes do Grammy.

Houve flashback a noite toda. John Legend fez ao piano o baile de nostalgia em nome de Lionel Richie com Easy diante dos olhos do próprio. Hello veio na voz de Demi Lovato e, depois, Luke Bryan cantou Penny Lover. Ele então passou para Meghan Trainor com You Are e ela, por sua vez, para o cantor Tyrese Gibson trazer Brick House, da época dos Commodores. Só então Lionel subiu ao palco para fazer All Night Long, sua grande festa.

Os músicos do Eagles, com o cantor Jackson Browne, lembraram do amigo guitarrista Gleen Frey, morto recentemente, aos 67 anos, cantando Take it Easy. Estavam mais emocionados do que afinados, mas foi um momento bonito, com uma imagem gigante de Frey ao fundo do palco. Lady Gaga fez um tributo a David Bowie cheio de caracterizações e maquiagens, visitando os grandes hits do músicos inglês.

Steve Wonder chegou ao palco falando em nome de um amigo que se foi: "Vamos dedicar uma canção, um tributo a um amigo maravilhoso, Maurice White, descanse em eterna paz", disse em honra ao líder do Earth Wind & Fire, morto nos últimos meses. Começou logo depois a cantar à capela That’s The Way of the World, com o grupo vocal Pentatonix. Vieram então os indicados na categoria Canção do Ano, apresentado por Wonder. O páreo parecia duro, com Kendrick Lamar, Taylor Swift e Wiz Khalifa. Mas seria a primeira derrota grande de Lamar, um favorito nesta prateleira, com a música Alright.

Steve Wonder brincou primeiro com a própria cegueira ao apanhar o envelope com o nome do vencedor. Como uma criança, disse aos outros: "Vocês não sabem ler!", sorriu, referindo-se ao nome do ganhador em braile. E chamou ao palco Ed Sheeran, que levou por sua canção Thinking Out Loud. Sheeran surpreendeu. Sua música era uma das mais fracas da categoria, mas com um poder de execuções que valeu o destaque.

"Uma enquete feita pelo canal TNT com os internautas dava Taylor Swift oscilando entre 88% e 90% contra 8% de Kendrick Lamar. Apesar do apelo maior junto às plateias politizadas e conscientes de Lamar, era ao lado de Swift que as novas gerações pareciam estar. E a noite seguiu. Miles Davis foi lembrado quando Kendrick Lamar foi apresentado, como criador de um novo rap nos Estados Unidos, que dialoga com o free jazz. Lamar veio com os pés e as mãos acorrentados à frente de outros homens negros para cantar The Blaker The Berry. Ele parou em frente ao microfone e fez uma de suas interpretações das mais chocantes. Seu discurso parece querer implodir as questões raciais tão recrudescidas nos Estados Unidos de hoje. Seu palco entra em chamas e ele canta desesperadamente como se fosse a última vez.

Vencedores:

ANO

"1989", Taylor Swift

GRAVAÇÃO DO ANO

"Uptown Funk", Mark Ronson feat. Bruno Mars

MÚSICA DO ANO

"Thinking Out Loud", Ed Sheeran

ARTISTA REVELAÇÃO

Meghan Trainor

POP

MELHOR PERFORMANCE SOLO

"Thinking Out Loud", Ed Sheeran

MELHOR PERFORMANCE DE DUO/GRUPO

"Uptown Funk", Mark Ronson Featuring Bruno Mars

MELHOR ÁLBUM POP VOCAL TRADICIONAL

"The Silver Lining: The Songs Of Jerome Kern", Tony Bennett & Bill Charlap

MELHOR ÁLBUM VOCAL POP

"1989", Taylor Swift

DANCE/MÚSICA ELETRÔNICA

MELHOR GRAVAÇÃO DANCE

"Skrillex And Diplo Present Jack Ü", Skrillex And Diplo

ROCK

MELHOR PERFORMANCE DE ROCK

"Don't Wanna Fight", Alabama Shakes

"What Kind Of Man", Florence + The Machine

MELHOR PERFORMANCE DE METAL

"Identity", August Burns Red

MELHOR CANÇÃO DE ROCK

"Don't Wanna Fight", Alabama Shakes

MELHOR ÁLBUM ROCK

"Drones", Muse

MELHOR ÁLBUM ALTERNATIVO

"Sound & Color", Alabama Shakes

R&B

MELHOR PERFORMANCE DE R&B

"Earned It (trilha de 'Cinquenta Tons de Cinza'), The Weeknd

MELHOR CANÇÃO R&B

"Really Love", D'Angelo

MELHOR ÁLBUM URBANO CONTEMPORÂNEO

"Beauty Behind The Madness", The Weeknd

MELHOR ÁLBUM R&B

"Black Messiah", D'Angelo And The Vanguard

RAP

MELHOR PERFORMANCE RAP

"Alright", Kendrick Lamar

MELHOR COLABORAÇÃO RAP

"These Walls", Kendrick Lamar Featuring Bilal, Anna Wise & Thundercat

MELHOR CANÇÃO RAP

"Alright", Kendrick Lamar

MELHOR ÁLBUM RAP

"To Pimp A Butterfly", Kendrick Lamar

COUNTRY

MELHOR PERFORMANCE SOLO

"Traveller", Chris Stapleton

MELHOR PERFORMACE GRUPO/DUPLA

"Girl Crush", Little Big Town

MELHOR CANÇÃO COUNTRY

"Girl Crush", Little Big Town

MELHOR ÁLBUM

"Traveller", Chris Stapleton

LATINO

MELHOR ÁLBUM JAZZ LATINO

"Made In Brazil", Eliane Elias

MELHOR ÁLBUM POP LATINO

"A Quien Quiera Escuchar", Ricky Martin

MELHOR ÁLBUM LATINO ROCK, URBANO OU ALTERNATIVO

"Hasta La Raíz", Natalia Lafourcade

"Dale", Pitbull

MELHOR ÁLBUM WORLD MUSIC

"Sings", Angelique Kidjo

PRODUTOR DO ANO

Jeff Bhasker

MELHOR VÍDEOCLIPE

"Bad Blood", Taylor Swift Featuring Kendrick Lamar

MELHOR FILME MUSICAL

"Amy"