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Confira como foi o desfile das escolas do Grupo Especial do Carnaval de Vitória

Como parte do show não faltaram alegorias grandiosas, muito luxo, comissões de frente impactantes e muito samba no pé

Gustavo Fernando

Redação Folha Vitória

A segunda noite de desfiles das escolas de samba do Carnaval de Vitória foi de Sambão do Povo lotado e um verdadeiro show das agremiações do Grupo Especial. Como já era previsto, também foi de muita chuva durante os desfiles da MUG, Pega no Samba e Unidos de Jucutuquara.

E como parte do show proporcionado pelas escolas de samba não faltaram alegorias grandiosas, muito luxo e comissões de frente impactantes.

E quem abriu os desfiles da noite deste sábado (03) foi a Andaraí, A escola, que retornava ao Grupo Especial, optou por falar de verdades e mentiras com o enredo “Quem conta um conto aumenta um ponto com a certeza de quem viu! Mas não leve tão a sério é 1° de Abril”. Durante o desfile, fatos controversos da humanidade foram abordados em 17 alas, quatro carros alegóricos e 1500 componentes.

Confira a galeria de fotos da Andaraí

Entre os destaques da escola estão a comissão de frente, que era composta por membros vestidos de índios, vikings e orientais; o primeiro casal de mestre-sala e Porta- Bandeira, Marcos Paula e Ana Julia; a atuação do carro de som comandado pelo experiente Lauro e duas alegorias, o imenso abre-alas, que representava uma caravela, e também o último carro, que era composto de dois imensos ratos. 

E foi justamente um problema no primeiro carro alegórico que atrapalhou por completo o bom desfile que a agremiação vinha realizando. A alegoria travou no meio da avenida, próximo ao recuo da bateria, e durante aproximadamente 10 minutos, alas e a bateria tiveram que passar por ela, ocasionando problemas na setorização (ordem do desfile). O fato deve fazer com que a Andaraí perca pontos principalmente no quesito evolução. 

No momento do acidente alguns componentes da escola choraram de desespero. Mas após os minutos de aflição, o carro voltou a ser movimentado e foi ovacionado pelo público, completando o desfile da escola do bairro Santa Martha, em Vitória.

Com uma homenagem aos 100 anos do Sindicato da Estiva, a Novo Império, que foi basicamente fundada por estivadores, foi a segunda escola a desfilar, ainda na noite de sábado. E a agremiação contagiou o Sambão do Povo com o animado samba e bateria nota 10, também conhecida como "Orquestra Capixaba de Percussão".

Confira a galeria de fotos da Novo Império

 O carro abre-alas, grandioso, era acoplado e trazia o Coroa Imperiana, símbolo da agremiação. Nordestinos, estivadores, velha guarda e Nossa Senhora da Penha também ganharam destaque nas alegorias e fantasias da escola. Além disso, os destaques de chão deram um show de interação com o público e muito luxo.

A terceira escola a desfilar foi a Unidos da Piedade, que levou para o Sambão do Povo flores e muitas belezas. Entre elas, a comissão de frente do coreografo/carnavalesco Paulo Balbino, as fantasias ou figurinos, conforme o carnavalesco gosta de chamar, e a velha guarda, impecavelmente uniformizada. 

A ala de baianas, as alas coreografadas e o último setor, que falava sobre a morte de forma carnavalizada, também merece destaque. Mas a escola também teve problemas. A saia da porta-bandeira Alana Marques quebrou, ainda na concentração e, com isso, não só ela, como o mestre-sala Tatu, foram substituídos pelo segundo casal. 

Confira as fotos do desfile da Unidos da Piedade

Da criação do universo à inspiração artística, o desfile da Unidos da Piedade, a maior campeã do samba capixaba, com 13 títulos em sua história, encantou o público no Sambão do Povo com quatro alegorias e 1800 componentes divididos em 22 alas. 

Quando a Boa vista, a atual campeã do Carnaval de Vitória pisou no Sambão do Povo, todos se encantaram com a grandiosidade do desfile deste ano. Para desenvolver o enredo “Sou Boa Vista…Sou Madiba o canto da igualdade que ecoa no centenário de Mandela”, uma homenagem aos 100 anos do líder sul-africano Nelson Mandela, a escola desfilou com quatro carros alegóricos e 1600 componentes divididos em 18 alas.

Confira a galeria de fotos da Boa Vista

Quem abriu o desfile da agremiação foi uma enorme águia, simbolo da escola, acoplada ao abre-alas. E mais uma vez o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Bruno Simpatia e Vanessa Benitez, deram um show na avenida. 

Já o conjunto alegórico da Boa vista merece um destaque à parte. Se o imponente abre-alas tinha a águia, o segundo carro retratava o mundo animal com esculturas de elefante, girafa e zebras. No terceiro, a Copa do Mundo de Rúgbi, idealizada por Mandela para combater o apartheid, foi lembrado com uma enorme escultura de um jogador de rugby, e com movimento. Além disso, todos carros possuíam iluminação especial. Já a quarta alegoria trazia uma escultura de Nelson Mandela.

A Boa Vista fez um grande desfile em todos os quesitos, tanto na qualidade plástica quanto na empolgação do folião ao cantar o samba deste ano. Méritos do conjunto de fantasias (algumas muito criativas), do carro de som comandado pelo presidente/intérprete/compositor Emerson Xumbrega, e da bateria regida por Douglas Jacaré, Matheus Bressaola e Gustavo Mascarenhas.

Com o enredo “Entre confetes e serpentinas, uma paixão sem igual… Olhares que se cruzam, bocas que se beijam… Amores de carnaval”, a MUG realizou um desfile grandiosos, criativo e com muito luxo.

Confira a galeria de fotos da MUG

Vice-campeã do Carnaval Capixaba em 2017, após um bicampeonato (2015,2016), a MUG vem para brigar pelo título apostando na qualidade dos seus quesitos. E ela já começou encantado com uma comissão de frente surpreendente; uma apresentação irretocável de Juliander Agrizzi e Gessya Santana, mestre-sala e porta-bandeira, que estreavam na escola e a funcionalidade do samba, que só aumentou a empolgação dos desfilantes, mesmo debaixo de chuva, e claro, com a ajuda da bateria pura ousadia do Mestre Júnior.

Os carros alegóricos da MUG também chamaram atenção não só pelo tamanho, como pela idealização e acabamento. Assim como o conjunto de fantasias, todas belíssimas. e o responsável por tudo isso também foi um estreante, o carnavalesco Osvaldo Garcia, vindo de um quinto lugar na Unidos de Jucutuquara.

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Mas nem tudo saiu 100% como desejava a MUG. Enquanto o casal de mestre-sala e porta-bandeira se apresentava na primeira cabine julgadora, a ala anterior continuou andando, resultando em um enorme buraco em frente a primeira arquibancada do Sambão do Povo. Além disso, componentes da comissão de frente caíram, em razão da chuva, durante a apresentação aos módulos julgadores.  

Em contrapartida, o tripé que encenava uma relação a três em uma cama levantou o público da passarela do samba e ajudou a colocar a escola como uma forte favorita ao título deste ano.

Sexta escola a desfilar, a Pega no Samba entrou na avenida para desenvolver o enredo “Na celebração ao chocolate, a Locomotiva dá um show!”. Mas a escola já começou o desfile enfrentando um grande contratempo: a forte chuva. Talvez em razão disso, os componentes cantaram pouco o samba, e a escola desfilou sem muita empolgação pelo Sambão do Povo.

Confira como foi o desfile da Pega no Samba

A comissão de frente, que surpreendeu a todos ao reproduzir uma locomotiva na avenida, foi um dos destaques. Também em razão da chuva, o primeiro casal da escola, formado por Rafael Brito e Naymara Nascimento, teve problemas na apresentação aos julgadores do quesito, apesar de toda desenvoltura de Naymara.

A escola ainda apresentou um bom conjunto alegórico (apesar de possuir problemas de acabamento) e uma evolução lenta, que resultou na sensação de um desfile "morno". Apesar dos contratempos, a escola estava com belas fantasias e novamente a bateria comandada por Mestre Jorginho se destacou, não só no desfile da Pega no Samba, como entre as escolas do Grupo Especial.

A Unidos de Jucutuquara, que foi tetracampeã recentemente do Carnaval Capixaba (2006,2007,2008,2009), enfrenta atualmente um jejum de oito carnavais sem título. E para virar o jogo, apostou no enredo "Ambrósio" e na experiência do carnavalesco Peterson Lois, campeão com a Independente de Boa Vista no último carnaval.

Confira a galeria da Unidos de Jucutuquara

Desfilando sob muita chuva, a escola se apresentou compacta e bem vestida, mas desanimada. Além disso, teve graves problemas no acabamento das alegorias; na exibição do primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Max Dutra e Thais Oliveira, que mostraram insegurança ao bailar, muito em razão da chuva, e com o samba, que não empolgou.

Entre os destaques estão a atuação do carro de som, comandada pelo intérprete Ricardinho de Oliveira, da bateria e na beleza e luxo dos destaques da agremiação.

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