Entretenimento e Cultura

Série quer criar espaços alternativos para clássicos

Redação Folha Vitória

Há quatro anos, a produtora Jeanne de Castro participou da conferência Multiorquestra, dedicada a pensar caminhos para a música clássica. "Ali ouvi muito sobre a busca por novos espaços além da sala de concertos, vi que era uma preocupação em todo o mundo. E guardei aquela informação", ela conta. Até que, no ano passado, com a inauguração da Tupi or Not Tupi, aquelas ideias voltaram à mente e ela resolveu criar, na casa de shows dedicada à música popular, a série de concertos Tupinambach.

"Por mais que se fale sempre sobre a ausência de limites na criação musical brasileira, na hora que você decide montar uma série de concertos em uma casa de shows você se dá conta da resistência, da estranheza que surge de ambos os lados", diz Jeanne. "O objetivo é recuperar o prazer da música ao vivo, oferecendo, em um clima intimista, outras escutas, outro contato entre o músico e o público."

A série Tupinambach não é um caso isolado na busca por novos espaços para os clássicos. No segundo semestre do ano passado, a pesquisadora Camila Frésca e a pianista Karin Fernandes idealizaram uma série no JazzB, em São Paulo. Também em 2017, a Filarmônica de Goiás levou uma apresentação a um pub de Goiânia.

Para Camila, a música de câmara é flexível e adaptável a vários contextos. "Há uma tentativa de recuperar as origens dessa música, o prazer da fruição que era feita em casa. Não se trata de questionar a validade da sala de concerto ou menosprezar a complexidade que essa música exige. Mas de estabelecer um processo de escuta marcado pelo prazer e pela leveza."

CRISTIAN BUDU

Teatro Municipal. Pça. Ramos de Azevedo, s/nº; 3397-0327. Com a Orquestra Experimental de Repertório. Dom., 12h. R$ 10 a R$ 20.

Tupi or Not Tupi. Rua Fidalga, 360, tel. 3813-7404. Dom., 20h. R$ 80

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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