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Banda Fall Out Boy se apresenta em São Paulo

São Paulo - Aos 35 anos, Pete Wentz, do Fall Out Boy, é irônico quando lhe perguntam se não é incômodo ser da terceira ou quarta geração das bandas de punk pop do planeta.

"Acho que os Beatles também foram chamados de rock pop. E depois também o Green Day, e assim por diante. Isso não nos incomoda absolutamente. Muita gente pensa assim: ‘Vejam, aquela é uma banda que toca no rádio, vamos odiá-los!’", responde o baixista e porta-voz do grupo, em entrevista por telefone ao jornal O Estado de S.Paulo. Formada em 2001, em Chicago (EUA), indicada para o Grammy e vencedora de um VMA em 2005, a banda chegou a pontificar como representante do emo. "Nunca divagamos sobre ser ou não ser emo. Acho que estamos mais para o softcore", disse Wentz ao Jornal da Tarde, em 2006.

O grupo, que conta ainda com Patrick Stump (vocal), Joe Trohman (guitarra) e Andy Hurley (bateria), retorna nesta quarta-feira, 21, ao País e toca para 5 mil pessoas no Citibank Hall, em São Paulo, às 21h30.

O Fall Out Boy está em turnê promovendo o disco Save Rock and Roll, seu quinto álbum, que foi produzido pelo hitmaker Butch Walker. Save Rock and Roll estreou em 1.º lugar da Billboard Top 200 e já emplacou hits no mundo todo com os singles My Songs Know What You Did In The Dark (Light Em Up) e Alone Together. O disco tem convidados como Elton John e Courtney Love. E o que Elton John tem a ver com salvar o rock’n’roll?

"Elton é maravilhoso. E ele era fã do grupo, tê-lo no disco foi uma honra. Não é todo mundo que pode contar com ele voluntariamente em seu trabalho", afirma o baixista. "E Courtney não apenas participou da faixa, como atuou também no vídeo. Foi parceira."

Badalada por conta de seu trânsito fácil pelo mundo das celebridades, a banda chegou a lançar seu próprio selo, Decaydance Records, e sua marca de roupas, a Clandestine Industries. Depois, surpreendeu ao "dar um tempo" e ficar 5 anos sem fazer discos. "Precisávamos de um tempo para descansar. E, também, para decidir o que faríamos dali por diante. A ideia é que o rock não é uma coisa simples, é uma emoção maior do que estilo, do que o jeito como as pessoas se vestem. Ele precisa de um tempo de maturação", afirma.

Vegetariano radical, diagnosticado com desordem bipolar há alguns anos e obrigado a tomar remédios, Wentz contou que a música de Jeff Buckley o salvou do colapso. Ele vinha da cena punk de Chicago, onde tocara em grupos com Racetraitor e Extinction.

"Não sei o que realmente quer dizer essa coisa de punk legítimo. Eu sempre fui interessado em muita coisa. Gosto do dubstep, do reggae. Também gosto de Tom Tom Club. Há muita coisa no mundo", afirmou. "É claro que o que nós fazemos não é a mesma coisa que fazia o MC5. E eu espero mesmo que não seja, nós chegamos 30 anos depois deles. Não se trata de uma corrida. Nós gostamos de Descendents, de Bad Brains. Tocamos Black Flag em nossos shows. Acho que temos habilidade para tocar essas músicas também e conduzir os garotos até aqueles sons", pondera ainda.

Articulado e esperto, ele diz que cada banda tem de procurar seu espaço na sinceridade com que se relaciona com seu público, porque "hoje eles têm a internet, podem chegar a qualquer coisa por si mesmos". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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