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Elenco de Os Produtores fala sobre remontagem do clássico de Mel Brooks

Redação Folha Vitória

Os Produtores, espetáculo que ganhou uma adaptação em 2007 com Miguel Falabella, Juliana Paes e Vladimir Brichta, está de volta! Repaginada, a peça conta com mais de 16 cenários e um grande elenco de 25 atores - entre eles o próprio Miguel, agora na companhia de Danielle Winits e Marco Luque. E na coletiva de imprensa da trama no final de abril, os astros falaram sobre as alegrias e dificuldades em atuar no clássico de Mel Brooks.

- A primeira montagem fiz na Broadway logo depois das Torres caírem em 2001 [referindo-se ao atentado contra as Torres Gêmeas nos Estados Unidos]. Me lembro que eu saí do teatro completamente alucinado com a peça. E como são dez anos, quisemos remontar. E o Luque já era um comediante que eu admirava, uma pessoa que eu tinha vontade de trabalhar e que achei que seria perfeito para o papel. E realmente é. A Dani seria a Ulla original, mas engravidou do Noah. Então dez anos depois temos a alegria de estarmos juntos. Somos amigos há longos anos, tenho muita admiração por ela. É uma alegria estar com amigos em um dos meus maiores sucessos, afirmou Miguel.

Luque, que nunca fez um musical anteriormente, contou que se preocupou em captar a essência do personagem sozinho, sem tanta influência da primeira versão.

- Eu assisti o filme e dez anos atrás eu assisti a peça. Mas para achar o personagem eu não estudei o Vladimir [Brichta]. Preferi partir do zero. Queria achar o meu Leo Bloom. Desde novembro venho tendo aula de canto, está sendo muito legal esse processo. A dificuldade foi fazer uma coisa nova. Cantar, coreografar, contracenar com outras pessoas, com entrada e saída de cenário. Mas é legal sair da zona de conforto e se arriscar. Acho que isso influencia na vida pessoal e profissional. Estou muito feliz.

Já Dani se emocionou com a oportunidade de estar no elenco da peça. A atriz deveria ser a Ulla na montagem original, mas acabou engravidando de seu primeiro filho, Noah.

- Para mim é um enorme prazer fazer Os Produtores. É um presente que voltou na minha vida. Assisti a montagem nos Estados Unidos e assisti aqui. Achava que a Juliana [Paes] fazia brilhantemente. Estou aqui dando a minha cor para a personagem, o que eu acredito. E fazendo história com esse elenco brilhante. Me sinto muito honrada.

Miguel também apontou a evolução dos espetáculos musicais aqui no Brasil.

- Dez anos atrás o cenário e a equipe vieram todos da Argentina. Nós não tínhamos como fazer aqui. Os musicais se tornaram uma realidade. Muitas famílias comem e vivem por causa do teatro musical. Manter o gênero vivo é fundamental.

Os três ainda assumiram que se divertem e aprendem muito dividindo o palco juntos.

- Para mim foi uma surpresa receber o convite do Miguel. Nos ensaios a gente percebe que o Miguel está vivo. Eu não vejo só a gente ensaiando, marcando o texto. Com a Dani eu também percebo isso. Eles trazem o timing da comédia, um improviso saudável que traz aquela vontade de estar ali. É muito bom poder ter essa troca, confessou Luque.

- Quem é do ramo, é do ramo. E o Luque é do ramo. A gente fala a mesma língua, não tem essa história de geração, disparou Miguel.

- É sempre um aprendizado diário. Estar com ele [Miguel] é sempre uma estreia, um frio na barriga. Ele é o cara, elogiou Dani.

Por fim, Miguel afirmou que os musicais não são para qualquer um.

- O teatro musical exige uma entrega que nenhum outro teatro exige. Você precisa ser atleta. Você precisa ter um controle absoluto da sua voz. Se fizer duas sessões num sábado, chegamos aqui às 16 horas e saímos uma da manhã. É isso que eu sei fazer, é isso que eu amo fazer e é isso que eu vou fazer até tomar o meu caminho da roça.

Os Produtores está em cartaz no Teatro Procópio Ferreira em São Paulo. Depois, a peça estreará no Rio de Janeiro no dia 13 de julho.

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