Entretenimento e Cultura

Livro reúne também as tiras publicadas no 'Estado'

Redação Folha Vitória

Em 2010, por pelo menos sete meses, Marcello Quintanilha desenhou tiras para o jornal "O Estado de S. Paulo" - uma espécie de "quadrão", como os dois que podem ser vistos acima. Todos os Santos, o novo álbum do autor publicado agora pela editora Veneta, reúne pela primeira vez esse trabalho (foram 22 tiras semanais).

Ao incorporar ao formato curto o agudo senso de brasilidade que recheia suas histórias mais longas, o autor construiu personagens e situações pouco usuais para quadrinhos publicados serialmente na imprensa - daqui e de qualquer outro país.

"Tive oportunidade de fazer um trabalho muito contundente", diz o autor. "Isso não existe em nenhum lugar, estou muito orgulhoso desse trabalho."

Mesmo vivendo na Europa, Quintanilha diz nunca ter se sentido longe do Brasil. "Não fui minimamente influenciado pela vida que levo fora do Brasil. Minhas motivações artísticas são as mesmas de quando morava no Brasil, e talvez pudesse dizer que meu local de nascimento já tinha sofrido um processo de degradação e modernização, que fez o contexto que eu conheci desaparecer. Por isso adquiri um sentimento muito nostálgico de prezar muito aquele contexto. Talvez seja isso. Quando morava no Brasil já tinha perdido minhas referências."

Para ele, não havia diferença na chave utilizada para fazer as tiras do jornal e as histórias mais longas. "Procurava trabalhar de um dia para o outro, viver a dinâmica de publicação. Eu só pego em uma única chave. Realmente acredito no poder das histórias longas, mas da mesma forma nas histórias curtas e tiras. Eu adoraria voltar a fazer."

A diferença flagrante para o tipo de tira mais comum publicado nos jornais é o distanciamento que Quintanilha mantinha da tradição humorística e política, que remonta ao século 19 e que ganhou força durante a ditadura militar.

"Tenho muito pouco interesse em submeter meu quadrinho a determinado contexto histórico", diz o autor. "Não tenho interesse de encaixotar meu quadrinho numa determinada maneira de pensar, ou num pensamento específico."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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