Tim Rice vai ao Itaquerão torcer pela Inglaterra
São Paulo - Quando se pensa em grandes parcerias nos musicais contemporâneos, impossível não se lembrar dos britânicos Tim Rice e Andrew Lloyd Webber, autores de hits como Jesus Christo Superstar, Evita e José e Seu Manto Tecnicolor. Sucessos que marcaram o gênero nos anos 1970 e 80. Em seguida, cada um seguiu os próprios passos - enquanto Lloyd Webber adotou um estilo mais espetaculoso (como Fantasma da Ópera), Rice assinou contrato com a Disney para criar musicais marcantes como O Rei Leão, o mais visto na história da Broadway e cuja produção brasileira está prestes a se tornar a mais longínqua em palcos nacionais.
Rice está em São Paulo, mas por outro motivo, também nobre: nesta quinta-feira, 19, ele será visto na Arena Corinthians, torcendo fervorosamente pela Inglaterra contra o Uruguai, pela Copa do Mundo. "Não fomos felizes contra a Itália (que venceu por 2 x 1), por isso, precisamos muito da vitória para não voltar mais cedo", comentou ontem cedo, em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo, em um hotel dos Jardins. E, como conhecedor de futebol (torce para o Sunderland, da primeira divisão inglesa), completou: "Esse é o Mundial com mais resultados surpreendentes da história, algo fascinante para qualquer torcedor".
Sobre sua carreira ser marcada por tantos sucessos, Rice diz que acreditar que "minha regra é transformar cada letra na mais perfeita possível para o personagem. Algo que o torne crível. Sempre há a preferência por personagens engraçados - o público adora -, assim, o desafio é criar o drama de forma a cativar cada espectador. Para dar um exemplo concreto, é tornar convincente uma cena em que uma mulher frágil fala, por meio de canções, do alto de um balcão, para dez mil descamisados, como em Evita. É muito importante para o letrista saber se colocar na posição do personagem. Há um outro detalhe: se souber dizer em dez sílabas o que talvez fosse dito em dez palavras, você provavelmente escreveu um bom trabalho. Esse é o desafio".
Quanto as canções criadas, o músico diz que "falando em musicais, o primeiro que vem é a história - é preciso o que vai ser narrado. Em Evita, eu escrevi a história e a entreguei para Andrew Lloyd Webber, que criou a melodia. Nesse estágio, é ele quem percebe qual cena deverá ter uma canção romântica, qual será mais argumentativa e qual será o grande número daquele ato. Daí, é minha função adaptar a letra para aquela melodia. Assim, a sequência é história, melodia e letras". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.