Durante 12 anos, Telmo Riomar esteve à frente da Federação Capixaba de Basquetebol (Fecaba), sendo 1 ano como vice presidente (2004) e 11 anos como presidente da instituição (2005 a 2015). Ontem (26.1) estive na assembléia que marcou o fim desse ciclo e eleição da nova diretoria da instituição, que passa a ser presidida pela Sr. Carlos Carvalho.
Hoje pela manhã conversei com Telmo sobre o momento do basquete capixaba e brasileiro, veja o que pensa o ex-presidente da Fecaba.
Foram 12 anos a frente da FECABA, qual balanço você faz desse período à frente da federação, quais os maiores desafios enfrentados e porque em 2016 você decidiu que era hora de deixar a presidência?
Tivemos momentos bons e ruins nesse período, principalmente relacionados aos recursos investidos. Nos anos que pudemos contar com maior receita, também pudemos oferecer um melhor serviço à comunidade do basquete. Nos últimos anos a receita da federação caiu substancialmente e isso acabou comprometendo o trabalho.
Em relação à minha saída, acho que 12 anos foram suficientes para que eu desse minha contribuição. Na verdade acho que, quando a gestão permanece inalterada por muito tempo, o esporte acaba assumindo nossas qualidades, mas também nossos defeitos. Eu sou altamente favorável à alternância de poder e acho que isso é extremamente necessário. Espero que a nova gestão possa entrar com energia e agregar ao esporte.
Quais você acredita serão os principais desafios da nova gestão à frente da FECABA?
Acho que são dois grande desafios. O primeiro é manter um padrão de atendimento e de organização interna da entidade, sempre considerando os avanços tecnológicos. O segundo é relacionado ao financiamento das ações. É preciso, conseguir a captação de recursos públicos e, principalmente, privados para o fomento da modalidade.
Nos encontramos em um período especialmente conturbado no basquete brasileiro, em que a gestão da confederação têm recebido duras críticas por parte da imprensa, dos clubes e atletas. Como você analisa a situação atual da Confederação Brasileira de Basquete?
Eu acredito que o maior erro da gestão atual foi se basear em uma previsão muito otimista do futuro. Eles acreditaram que a entrada de recursos na confederação seguiria crescendo, quando a realidade se mostrou inversa (citando principalmente a saída da Eletrobrás, outrora principal patrocinadora da CBB). Sem dinheiro, começa a surgir uma série de problemas e a confederação não está sendo tão capaz de administrá-los. Desta forma, voltamos a enfrentar um sério problema, que esperávamos ter sido resolvido com a entrada do Sr. Carlos Nunes (e saída do antigo presidente Gerasime “Grego” Bozikis), que é uma crise de credibilidade da CBB.
Quais seus planos para o futuro pessoal e profissional?
Eu fui atleta de basquete, treinador de basquete, dirigente de clube e presidente da federação e durante esse período (quase 30 anos trabalhando com a modalidade) eu sempre atuei com muita dedicação e paixão pelo basquete. Essa atuação acabou, em alguns aspectos, atrapalhando meu crescimento pessoal e profissional.
O momento agora é de buscar a construção de uma nova carreira, a principio fora do esporte e, a curto prazo, tenho programada uma viagem internacional e um período de aproximadamente 6 meses que passarei estudando e me capacitando no exterior.
Bom, desejamos toda sorte e sucesso ao Telmo e também à nova diretoria que assume a FECABA. Que possamos assistir a prática do esporte sendo multiplicada em nosso estado e o basquete capixaba elevado a um lugar de ainda mais destaque no cenário nacional.
Faltou uma pergunta e uma resposta, peque foi feito com a sede (Propia) que a federação tinha e foi vendida sem a anuência dos clubes e entidades filiadas, a FECABA tem uma dívida de aproximadamente (60.000,00 a 100.000,00) como foi gerado este montante, vive agora de aluguel, e sem nada em caixa, muito menos o dinheiro da sede.
Acho que vai ter MPES na parada.
Já fui ex atleta do “Kadum” e digo que fico feliz com a sua passagem pelo basquete no ES. Ótima entrevista.