​Maratona sub2h: Madrugada será marcada por tentativa de quebra de recorde. Saiba como assistir!

Os corredores apaixonados por maratonas só vão dormir depois das 2h30 da madrugada deste sábado (06). Isso porque à 0h30 será dada a largada para a tentativa da quebra de um recorde: correr uma maratona em menos de duas horas.

Os desafiados são os atletas Eliud Kipchoge, Lelisa Desisa e Zersenay Tadese, que para concluir os 42km sub 2 horas, precisarão superar a maratona mais rápida que já foi registrada – 2:02:57 – em cerca de 3 por cento. Isso significa que eles terão de eliminar sete segundos de cada uma de suas 26,2 milhas. Para a maioria, este é um desafio aparentemente impossível. Mas para a Nike, idealizadora do projeto batizado como “Breaking2”, é uma meta que vale a pena buscar.

youtube-512Como assistir:
A tentativa de quebra de recorde será em Monza, na Itália. Embora o evento seja fechado ao público, qualquer pessoa com acesso à Internet poderá vivenciar a emoção assistindo a tentativa via stream. Confira o passo-a-passo:

Assista ao evento ao vivo – Primeiro, inscreva-se aqui para receber um lembrete de notificação antes da tentativa acontecer. A cobertura Live Breaking2 terá início 15 minutos antes da corrida. Sal Masekela será o apresentador do evento, enquanto Paula Radcliffe, Craig Masback e Kevin Hart serão os comentaristas oficiais da prova. Outros convidados especiais farão aparições ao longo da transmissão.

Você pode acessar o evento por meio de duas das plataformas sociais da Nike:
Na página do Breaking2 no Twitter:
 Você não precisa de um identificador ou login do Twitter para acompanhar a prova. Será uma cobertura através de tweets ao vivo sobre o evento  resultando em uma  experiência de visualização mais informativa e robusta.

Na página do Breaking2 no Facebook : Você precisará de um login no Facebook para ver o streaming ao vivo nesta plataforma. Se por algum motivo você perder o streaming, haverá possibilidade de visualizar a prova em até uma semana após o final do evento.

unnamed (7)Escolha dos atletas – Alguns meses de testes e análise de dados dos melhores corredores de longa distância do mundo determinaram que Eliud Kipchoge, Lelisa Desisa e Zersenay Tadese estivessem fisicamente preparados para o desafio. Mas, segundo a Nike, grande parte da ideia de fazer parceria com eles resume-se ao fato de serem, por natureza, melhores do que outros atletas em correr rápido por um longo tempo. Os anos de experiência e de expertise em provas longas, lhes dão uma vantagem exclusiva. E é essa uma das razões pela qual a equipe de treinadores e cientistas do Breaking2 compreendeu que estratégia e otimização dos treinos, ao invés da mudança radical de suas rotinas, seriam a melhor maneira de abordar a tentativa de levar os atletas ao que se espera ser a maior conquista em corridas de longa distância até hoje. 

Os atletas e seus treinadores têm desempenhado um papel fundamental na definição dos programas de treinamento que os levaram até onde estão hoje. O Dr. Brad Wilkins, fisiologista e diretor da Nike Explore Team Generation Research no Laboratório de Pesquisa Esportiva da Nike, e o Dr. Brett Kirby, pesquisador e fisiologista líder do Laboratório de Pesquisa Esportiva da Nike, se reuniram para supervisionar a ciência diária por trás do Breaking2. “Como atletas de elite, eles têm programas de treinamento incríveis e bem estabelecidos que estão funcionando”, diz Wilkins. “Nosso objetivo tem sido trabalhar com os corredores e seus treinadores para fornecer análise e feedback.” Aqui está o porquê esta reunião de mundos tem o potencial de fazer com que o sonho da maratona abaixo de duas horas se torne uma realidade.

Treinos e estratégias – O plano semanal da Eliud Kipchoge foi marcado por variedade e especificidade, e se desenvolveu progressivamente ao longo do programa. Ele fez treinos duas vezes por dia, corridas longas, trabalhos de velocidade em uma pista e exercícios Fartlek (termo sueco para jogo de velocidade) a cada semana. “Eliud está em total sintonia com seu corpo, então muitas vezes ele deixa sua capacidade de resposta e percepção de esforço ditar seu ritmo”, diz Kirby.

Enquanto isso, o foco inicial de Lelisa Desisa foi a resistência no geral, com várias corridas de base de longa distância, fáceis a moderadas. Ele adicionou treinos de pista mais específicos para desenvolver sua velocidade e intensidade à medida que o programa evolui. A estratégia de Zersenay Tadese é quase o oposto da de Lelisa: a primeira metade de seu treinamento foi de velocidade pesada para ajudá-lo a se familiarizar com o ritmo da corrida, enquanto mais tarde seu objetivo foi aumentar a duração da sua velocidade com resistência para que ele possa manter esse ritmo ao longo do tempo, diz Kirby.

Aquecimentos são (na sua maioria) simples – Todos os atletas fazem uma corrida lenta típica (às vezes tão lenta que quase arrastam seus pés longitudinalmente, parecendo com uma parada, descreve Kirby), aumentando progressivamente seu ritmo por aproximadamente 30 minutos. Desisa e sua equipe também fazem uma rotina de pré-corrida, quase um ritual, composta de movimentos dinâmicos que duram cerca de 30 minutos. “Parece uma dança”, diz Kirby.

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O trabalho em equipe é primordial, mas as corridas individuais também são fundamentais – Geralmente, os atletas correm com os outros por motivação e camaradagem. Desisa tem sua própria equipe com seis a oito atletas que estão lá para apoiá-lo da forma que ele precisar. Em corridas longas, Kipchoge corre entre um grande grupo composto por até 60 corredores, profissionais ou treinadores. Mas se eles têm como meta um treino muito específico, eles podem correr sozinhos ou com apenas alguns poucos corredores.  “Zersenay faz muitas de suas corridas por conta própria”, diz Kirby.

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O sono os mantém em seu auge – Nenhum dos atletas faz o que geralmente seria considerado um padrão de recuperação. A parte mais crítica de suas rotinas de treinamento – típica de atletas que correm mais de 100 milhas por semana – é a recuperação. “Zersenay é conhecido como o homem que dorme, porque quando ele não está correndo, ele está dormindo”, diz Kirby. Quando Desisa não está treinando, ele está relaxando. Kipchoge passa grande parte de seu tempo de descanso equilibrando com a vida diária em seu acampamento. “Além de cochilar e tomar chá com seus companheiros de equipe, ele também faz tarefas, como tirar água de seu poço ou trabalhar nos campos”, diz Kirby. A maioria descansa um dia por semana ou conforme necessário. Alguns dos rapazes recebem massagens até três vezes por semana, normalmente após suas sessões de treinamento mais difíceis.

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Correr é tudo – Eles não levantam pesos. Ou fazem ioga. Eles simplesmente correm. “Para correr rápido você precisa correr”, diz Wilkins. Embora tudo seja muito diferente, o programa de treinamento de cada atleta está em constante evolução para se adaptar a proficiências e ineficiências. “Geralmente, os corredores deste nível de elite não são flexíveis”, diz Wilkins. Contrariamente ao que alguns podem pensar, a pesquisa sugere que menos flexibilidade tende a ter uma correlação com um melhor desempenho. “A teoria é que as pernas mais rígidas perdem menos energia”, explica Wilkins. (Ele relaciona isso com uma mola rígida, que armazena e libera muito mais energia do que uma mais frouxa).

Dietas diárias não são rígidas – Nesse nível de elite, os corredores já sabem quais alimentos ajudam a melhorar suas corridas diárias, embora Wilkins e Kirby recomendem que os corredores façam refeições que tenham cerca de 50-75% de carboidratos, 20-30% de proteína e o restante o que eles quiserem. Além disso, os cientistas forneceram orientação específica para a ingestão de alimentos pós-treinamento. Por exemplo, eles destacaram a importância da ingestão imediata de proteínas e carboidratos após sessões de treinamento mais difíceis e, em alguns casos, onde os atletas não têm acesso rápido a refeições completas, eles os orientaram a ingerir uma bebida de recuperação.

A frequência da alimentação é específica – Por meio da análise de dados sobre cada atleta e várias tentativas e erros, a equipe Breaking2 determinou o tempo ideal dos corredores para consumir alimentos durante a corrida: a cada 2,4K (cada volta da pista em que eles correrão no complexo do Autódromo nacional de Monza, na Itália). “Assim, a cada sete minutos, os atletas vão ingerir sua mistura específica que os mantém hidratados e energizados”, diz Kirby. Isso tudo é novo para os atletas, dizem os cientistas, porque anteriormente cada corredor estava consumindo menos de 60 gramas de carboidratos por hora e eles tiveram de se familiarizar com a ingestão de uma maior quantidade de carboidratos no ritmo da corrida.

Wilkins, Kirby e todos os outros membros da equipe Breaking2 continuam a usar toda essa informação e experiência para desenvolver as estratégias de Kipchoge, Desisa e Tadese. “Nós estamos coletando dados desde que começamos, e continuamos a aprender muito com os atletas, para nos colocar e nos preparar da melhor forma possível para o dia da corrida”, diz Wilkins. “A maioria dos corredores não tem esse nível de personalização e acesso a este tipo de teste e orientação”.  Quando você combina isso com a força mental pura de cada atleta, você tem o potencial para alcançar o desconhecido. “Não importa o que façamos a partir de uma perspectiva científica, esses caras têm de correr 26,2 milhas a 13,1 milhas por hora”, diz Wilkins. “Isso é incrível.”

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