Prostitutas organizam ‘Corrida de Calcinha’ contra o preconceito

Reportagem: Gustavo Fernando

O Grupo de Mulheres Prostitutas do Estado do Pará (Gempac) realiza, nesta sexta-feira (2), Dia Internacional da Prostituta, uma prova inusitada. A “Corrida de Calcinha” irá percorrer as ruas da antiga zona de meretrício de Belém para chamar atenção para a luta pelos direitos da categoria.

Fotos: Divulgação Facebook Gempac

Segundo Leila Barreto, uma das ativistas do grupo, a associação se articula desde a década de 1980, mas só foi formalizada no ano de 1990, e faz parte da Rede Brasileira de Prostitutas. A ideia da corrida, que acontece desde 2013, é integrar a sociedade em relação aos direitos do grupo, assim como conscientizar os participantes sobre os preconceitos, perda de direitos e empoderamento da categoria.

“A expectativa é que mais de 100 pessoas participem da corrida. O evento é aberto para homens, mulheres, cisgêneros e trans. A única obrigatoriedade é a utilização da calcinha, seja como peça íntima, por cima da roupa ou até mesmo na cabeça”, ressalta Leila.

Além do “kit” inusitado, a Corrida de Calcinha também chama atenção por sua premiação. O primeiro lugar, além de troféu e medalha, ganha um pato, uma homenagem ao “Pato no Tucupi”, prato típico da culinária paraense.

Puta Dei – A Corrida de Calcinha faz parte das atividades do “Puta Dei”, um evento realizado desde 2013 no estado do Pará para marcar o Dia Internacional da Prostituta. Além da corrida, a programação inclui palestras, debates e sessões de audiovisual.

Em 2017, a comemoração do “Puta Dei” marca os 30 anos do movimento no país, e terá como interlocutora Lourdes Barreto, mãe de Leila Barreto e fundadora do Gempac, que irá recontar a história da prostituição no Brasil.

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