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Presidente do PAOK se desculpa por invadir campo armado e culpa crise na Grécia

Redação Folha Vitória

O presidente do PAOK, Iván Savvidis, pediu nesta terça-feira desculpas por sua atitude no último domingo, quando invadiu o campo armado no duelo contra o AEK para contestar o árbitro por um gol anulado.

"Quero desculpar-me com todos os torcedores do PAOK e todos os fãs de futebol da Grécia e do resto do mundo", disse Savvidis em comunicado. "Me desculpo pelo que aconteceu. Está claro que não tinha o direito de invadir o campo assim", prosseguiu.

O magnata russo, no entanto, tentou justificar sua atitude. "Minha reação emocional se deve a situação negativa generalizada que reina no futebol grego ultimamente e a todos os acontecimentos inadmissíveis que aconteceram pouco antes do final da partida entre PAOK e AEK", continuou.

A referência foi ao gol anulado pelo árbitro aos 45 minutos de partida que poderia dar a vitória ao PAOK - até então o jogo estava 0 a 0. Indignado com a decisão do árbitro, ele invadiu o campo. Mas, segundo Savvidis, com uma boa intenção.

"Queria proteger a dezenas de milhares de torcedores do PAOK de provocações e possíveis vítimas em confrontos após a partida", opinou. "Estou lutando e continuarei lutando, apesar de os ataques que tenho recebido em todos os níveis, por um futebol mais justo, com árbitros honrados em todas as partidas. Quero que os títulos se ganhem nos estádio e não nas salas dos tribunais. De novo peço perdão."

O ministro da Cultura e do Esporte da Grécia, Yorgos Vassiliadis, no entanto, se mostrou determinado a não deixar barato a atitude do Savvidis. Ele pretende criar um marco regulatório com punições severas a dirigentes que cometam atitudes que infrinjam as leis das competições nacionais.

No entanto, a atitude do ministro em interromper o Campeonato Grego tem gerado divergência entre os dirigentes do futebol do país. Por conta dessa interrupção, os clubes gregos correm o risco de ficarem suspensos de competições internacionais.

Vassiliadis minimizou possíveis sanções da Fifa. Na opinião dele, a prioridade no momento está na reorganização do futebol local. "Não vamos colocar em perigo a ordem pública e a segurança dos jogadores", afirmou.

SAVVIDIS, O MAGNATA RUSSO - Savvidis foi denunciado na justiça grega e terá que responder criminalmente por ter invadido o campo. Mas punir um homem com tanto poder como ele não será tarefa fácil.

O presidente do PAOK é um magnata russo, dono de empresas ligadas ao tabaco, comércio de carnes e produtos agrícolas. Já foi membro do parlamento e do exército russo. Também é próximo do presidente Vladimir Putin. Há seis anos comprou o PAOK, que estava falido, mas antes fora presidente de outros clubes na Rússia, como o Rostov, o SKA Rostov e o Viktor Ponedelnik.

Na Grécia ele também é dono de uma grupo de comunicação, complexos hoteleiros, e em Salónica, cidade sede do clube, é considerado o homem mais poderoso da cidade. Ele é casado, pai de dois filhos, e tem licença de porte de arma.

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