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Após polêmica de Loco Abreu, Rio Branco vai entrar com ação na Justiça contra Federação

Time foi eliminado nas semifinais do Capixabão após marcação de pênalti em confronto com o Real Noroeste

Foto: Daniel Pasti/ Rio Branco

Após a polêmica eliminação do Rio Branco nas semifinais do Capixabão para o Real Noroeste no último sábado (14), o clube promete acionar a Justiça contra a Federação de Futebol do Estado do Espírito Santo (FES), na segunda-feira (15). A justificativa apresentada oficialmente à imprensa é que o torneio "apresentou provas concretas de ações externas para influenciar diretamente nas partidas" da equipe.

O departamento jurídico do clube já está reunido com a diretoria-executiva para elaborar as ações necessárias ainda nesta semana.

Procurado pelo Folha Vitória, o presidente da FES, Gustavo Vieira, se posicionou: "Vamos aguardar o teor da denúncia no Tribunal, se haverá encaminhamento dela, para a FES avaliar o caso", disse o mandatário do futebol capixaba.

Na saída de campo após a derrota por 2 a 0 para o Real Noroeste, o uruguaio Loco Abreu, de 42 anos, fez declarações que agitaram a imprensa esportiva.

"Quando eu cheguei, pensei que fosse ajudar a construir algo para ajudar o futebol daqui, mas ninguém quer. Por isso tudo que seguramente a televisão vai continuar passando os campeonatos Paulista, Carioca, Mineiro e o futebol capixaba vai continuar lá no fundo da m... como está hoje", afirmou o atacante, que marcou seis gols em 12 jogos com a camisa do time capixaba.

A bronca de Loco Abreu se deu também pelo pênalti marcado no fim do jogo. "Tudo isso que aconteceu foi por conta da arbitragem. Passou os acréscimos, foi uma jogada limpa por baixo, todo mundo viu. Os auxiliares falaram para ele mudar a decisão, que não havia sido pênalti e ele falou 'quem manda sou eu'", completou.

Foto: Daniel Pasti/ Rio Branco

Veja os fatos apontados pelo clube que justificam a ação na Justiça:

1: Durante toda competição, a arbitragem foi omissa nas faltas cometidas em cima do atacante Loco Abreu dentro da área.

2: Logo no início do torneio, perdemos, por lesão causada por um adversário, um de nossos principais atletas (o volante Ranieri), em jogada onde o árbitro sequer marcou falta.

3: O TJD aplicou um gancho de quatro jogos no zagueiro Dilsinho por um empurrão no adversário, em disputa de bola. O jogo não ficou paralisado e não houve atendimento médico. Em jogo anterior, um atacante do Serra abriu o supercílio de atleta do Rio Branco após uma agressão, não sendo penalizado pelo mesmo TJD.

4: Na partida do último sábado, pelas semifinais, contra o Real Noroeste, o árbitro José Wellington Bandeira marcou um pênalti inexistente, aos 52 minutos do segundo tempo, após o fim do tempo extra anunciado. Mesmo sendo orientado pelos seus auxiliares de que o pênalti não existiu, o árbitro não voltou atrás no lance. O lance em questão garantiu a vitória do adversário. Na mesma partida, o Rio Branco teve gol legítimo anulado, marcado pelo atacante Edu.

5: Não bastassem as situações em campo citadas acima, não foi cobrado de outros clubes as mesmas exigências cobradas do Rio Branco em seus jogos como mandante. A fiscalização rigorosa em cima do clube alvinegro não foi a mesma com as outras equipes.

O clube ainda acrescentou um episódio que aconteceu no confronto com o Real Noroeste:

"No último sábado, no estádio José Olímpio da Rocha, não havia ambulância do tipo UTI Móvel, como exigido no artigo 49 do regulamento da competição. A ambulância presente no local não atendia exigências da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), no decreto 2048/2002, além de não possuir kit de primeiros socorros, giroflex em funcionamento, iluminação no compartimento do paciente e bateria própria. 

Todas essas irregularidades foram registradas e relatadas, antes da partida, para a delegada do jogo, Rita Vilar, e aos árbitros, além da Polícia Militar. Mesmo assim, o início do jogo foi autorizado, contrariando o regulamento da competição, o Estatuto do Torcedor e leis municipais e federais. 

Ao fim da partida, o atacante Danilo Mariotto foi agredido por atletas do Real Noroeste, sofrendo um corte no braço. Encaminhado para a ambulância citada, ele não pôde ser atendido, já que o veículo não possuía equipamento de primeiros socorros e iluminação. Com isso, o jogador precisou ser encaminhado para o hospital Rita de Cássia, em Barra de São Francisco, onde levou 18 pontos. O clube registrou um Boletim de Ocorrência no 11º BPM da 3º Cia.

Como efeito de comparação para exemplificar o rigor com o Rio Branco, no jogo diante do Serra, pelas quartas de final, o árbitro não aceitou o início da partida, mesmo com a presença de três ambulâncias UTI Móvel, todas regularizadas. A alegação era de que uma das enfermeiras havia apresentado seu registro do Conselho Regional de Enfermagem (Coren) de forma digital. O clube ficou próximo de perder por W.O, o que não se concretizou porque a diretoria agiu para impedir. O clube, no entanto, foi multado em mais de R$ 4 mil".

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