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Zagueiro brasileiro, Igor Júlio da Fiorentina relata clima 'assustador' na Itália

"Não se vê ninguém na rua, nem carros, todos em casa, esperando ter boas notícias, um milagre mesmo. Não dá para saber como está a cidade toda, mas, pelo que a gente vê onde moramos, está tudo bem vazio", disse o zagueiro

Estadão Conteúdo

Redação Folha Vitória
Foto: Reprodução

O zagueiro Igor Júlio, da Fiorentina, está em quarentena desde o início de março, quando o governo nacional decretou a suspensão do futebol após o Comitê Olímpico Italiano exigir a interrupção de todas as atividades esportivas. Segundo o jogador, que mora na cidade de Florença, a situação está "complicada e até um pouco assustadora".

Em entrevista ao Estado, Igor Júlio, 22 anos, comenta sobre o cenário na Itália, um dos países mais afetados pela pandemia do Novo Coronavírus. Ele explica como tem passado com a esposa Bianca o período de quarentena e destaca os cuidados que os brasileiros precisam tomar durante a crise.

Na Itália, as medidas restritivas por conta da pandemia do Coronavírus foram estendidas. Como está a situação por aí?

A situação está bastante complicada, é até um pouco assustador. Não se vê ninguém na rua, nem carros, todos em casa, esperando ter boas notícias, um milagre mesmo. Não dá para saber como está a cidade toda, mas, pelo que a gente vê onde moramos, está tudo bem vazio. Mas é o que tem de ser feito hoje, não tem como ser diferente.

Desde quando você está em quarentena e como tem passado por esse período?

Desde o início de março estamos respeitando o que as autoridades do mundo todo tem pedido. A gente vai tentando ocupar a cabeça, treino bastante, fico em casa, assisto a séries, filmes, leio também. É o que dá para ser feito.

Está conversando com os seus companheiros de equipe? O que eles têm relatado?

Muito pouco. A gente conversa mais em grupo, fala sobre alguns exercícios que o clube passa para nós. Tenho ficado mais com a minha família.

Treina em casa e consegue adaptar uma rotina mesmo longe dos gramados?

O clube manda um pouco de treinamento para fazermos em casa todos os dias. Recebemos pela manhã e fazemos esses treinamentos. É uma maneira de não ficar parado, tentar manter a forma o máximo possível. Não é fácil, mas tentamos fazer o que conseguimos para não perder o ritmo.

A sua família está no Brasil? Como está a relação de vocês e também a sua preocupação com eles devido à crise mundial?

Falo com a minha família e meus amigos todos os dias. Eles estão no Brasil e estou preocupados por eles também. Sei que estão se cuidando muito, mas também sei que no Brasil não são todos que estão levando tão a sério, o que preocupa.

No Brasil, ainda existem debates sobre a quarentena. Vendo a situação na Itália, qual é o seu conselho para os brasileiros?

O Brasil é bem maior, e vimos que está subindo o número de casos. Ficamos com medo, mas pedindo a Deus ajuda e, principalmente, para que todos no Brasil levem essa situação a sério, porque não é brincadeira. É algo que depende muito da gente e do que faremos para ajudar.

Você chegou na Fiorentina no início do ano. Como foi a adaptação e qual a sua expectativa quando retornar os treinos?

Já estava no futebol italiano defendendo o SPAL, então não senti muito a questão do ritmo de jogo e o estilo do futebol por aqui. Foi um início muito bom, cheguei em um dia, no outro já fui titular contra a Juventus, uma experiência muito diferente na minha carreira.

Está sentindo falta de jogar?

Demais, né? Estamos todos, eu acho. Entendendo completamente a situação e acho que todos estão conduzindo da melhor forma. Sinto muita falta, futebol é minha vida, mas acho que essa parada é necessária. Espero que em breve estejamos de volta.

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