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Arena Pernambuco passa por simulação de atentado

São Lourenço da Mata - A área externa da Arena Pernambuco, em São Lourenço da Mata, na região metropolitana de Recife, foi tomada nesta quarta-feira por ambulâncias, caminhões do Exército, helicóptero da Polícia Rodoviária Federal, bombeiros, médicos, socorristas, especialistas em energia nuclear e militares do Destacamento de Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear do Exército. Tudo para realizar uma simulação de ato terrorista com utilização de bomba química, em mais um preparativo para o esquema de segurança da Copa do Mundo.

"Estamos 100% preparados para atender a vítimas deste tipo de ação", avaliou, ao final do treinamento, o oficial de ligação de Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear do Exército, tenente-coronel Keunny Raniere, que é também chefe de comunicação social do Comando Militar do Nordeste. Mais de 200 pessoas participaram da simulação nesta quarta-feira. E nos dias de jogos da Copa, entre 500 e 800 pessoas participarão do controle e atendimento a vítimas de um possível atentado na Arena Pernambuco.

A área interna do estádio fica sob a segurança do pessoal da Fifa, que teria a responsabilidade de identificar um possível conflito. Avisado, cabe ao Centro Integrado de Comando e Controle Regional acionar o esquema de atendimento, que inclui a montagem, em 20 minutos, de três barracas. A primeira para acolhimento das vítimas e a segunda para triagem - os casos mais graves são identificados com pulseiras vermelhas, os médios com pulseiras amarelas e os leves, verdes. Todos passam, então, pela terceira barraca, para descontaminação.

Em seguida, quem estiver em situação grave será levado em helicóptero ou ambulância para hospitais de referência da rede de saúde estadual. Os casos médios poderão ser atendidos pelas equipes médicas locais e, se necessário, também encaminhados à rede hospitalar, enquanto os leves, liberados. Nos dias de jogos, quatro helicópteros estarão disponíveis - dois do Exército, um da Secretaria estadual de Defesa Social e um da Polícia Rodoviária Federal.

Segundo Keunny Raniere, a diferença entre a simulação e uma ocorrência real em um jogo da Copa será o tumulto que caracterizaria ambiente. "Aqui trabalhamos na calmaria", explicou. Ele informou que os treinamentos vêm ocorrendo há seis meses, com integração de todos os órgãos e instituições envolvidos na segurança do Mundial. "Funcionou como um aperfeiçoamento do esquema montado no ano passado para a Copa das Confederações", disse.

A escolha de simulação de um atentado químico se deveu à maior probabilidade de uso de bomba química, mais acessível. Uma "bomba suja", segundo Keunny Raniere, pode ser confeccionada com produtos comprados em farmácia, mas sua explosão pode provocar contaminação pela pele, sistema respiratório e olhos, além de poder matar. Um atentado nuclear é considerado uma possibilidade rara devido ao seu forte controle, enquanto o biológico - com uso de bactérias ou vírus - tem um período de incubação, que pode não ser percebido de imediato. "Mas estamos preparados para qualquer eventualidade", assegurou.

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