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Com Fagner e Cássio na Copa, Corinthians repete Atlético-MG de 2014 em convocação

Redação Folha Vitória

Com as convocações do lateral-direito Fagner e do goleiro Cássio para a seleção brasileira que disputará a Copa do Mundo de 2018, na Rússia, o Corinthians repetiu nesta segunda-feira o mesmo feito obtido pelo Atlético Mineiro em 2014, quando o clube de Belo Horizonte também foi o único time brasileiro com dois jogadores chamados para o Mundial daquele ano, realizado em solo nacional.

Na lista de 23 atletas chamados por Luiz Felipe Scolari para aquela Copa, o goleiro Victor e o atacante Jô, então jogador atleticano, foram confirmados para a competição. Naquela ocasião, Felipão ainda levou para o Mundial o goleiro Jefferson, do Botafogo, e o atacante Fred, na época no Fluminense, como jogadores que estavam atuando em equipes do futebol nacional.

Já nesta lista formulada por Tite, apenas três jogadores que defendem clubes brasileiros atualmente foram chamados. Além da dupla de corintianos, o treinador convocou Pedro Geromel, do Grêmio, como outro atleta em atividade no País.

Esta convocação também conta com outros quatro jogadores que vestiram a camisa corintiana e atuam em clubes do exterior. Dois deles foram formados na base da equipe do Parque São Jorge: o zagueiro Marquinhos, do Paris Saint-Germain, e o meia Willian, do Chelsea, assim como acontece com Fagner. Já os meio-campistas Paulinho, do Barcelona, e Renato Augusto, do Beijing Guoan, da China, viveram passagens vitoriosas pelo time alvinegro sob o comando de Tite.

Em meio a este predomínio de atletas que atuam em equipes estrangeiras que foram convocados para a seleção nesta segunda-feira, o Manchester City é o clube que teve o maior número de nomes chamados para este Mundial, com quatro ao total: o goleiro Ederson, o lateral-direito Danilo, o volante Fernandinho e o atacante Gabriel Jesus.

Já o segundo time do exterior com maior número de convocados para o Brasil foi o PSG, com três nomes: o atacante Neymar e os defensores Marquinhos e Thiago Silva. Logo atrás da equipe francesa aparecem Barcelona (Paulinho e Philippe Coutinho) e Real Madrid (Marcelo e Casemiro) empatados.

Assim como acontece agora com Tite, Dunga também convocou apenas três jogadores em atividade no Brasil quando anunciou a lista da seleção para a Copa de 2010, na África do Sul. Naquela ocasião, ele chamou o lateral Gilberto, então no Cruzeiro, o meia Kleberson e o atacante Robinho, que defendiam respectivamente o Flamengo e o Santos.

Na Copa de 2006, a presença de jogadores que atuavam no Brasil foi ainda menor do que nos três últimos Mundiais. O técnico Carlos Alberto Parreira levou para a competição realizada na Alemanha apenas o goleiro Rogério Ceni e o meia Ricardinho, que vestiam as respectivas camisas de São Paulo e Corinthians, como nomes que jogavam em clubes nacionais.

MESCLA EQUILIBRADA EM 2002 - Se desde a Copa de 2006 a presença de atletas de times brasileiros foi pequena, a lista de convocados por Felipão para o Mundial de 2002, na Coreia do Sul e no Japão, foi bastante equilibrada em sua mescla entre "estrangeiros" e atletas que então defendiam equipes do Brasil.

O time que depois faturaria o pentacampeonato mundial foi convocado inicialmente com 11 atletas em atividade no País, sendo três deles do São Paulo: Rogério Ceni, o lateral Belletti e o então jovem meia Kaká. E o número de representantes de times do País na equipe de Felipão subiu depois que o volante Emerson precisou ser cortado às vésperas da estreia na Copa ao se lesionar em um treino e deu lugar a Ricardinho, do Corinthians, convocado às pressas como substituto.

Em 1998, por sua vez, Zagallo convocou oito jogadores que atuavam no Brasil e entraram em uma lista de 22 nomes para a Copa daquele ano. E o Flamengo, com Júnior Baiano e Zé Roberto, e o Botafogo, com Bebeto e Gonçalves, foram os dois clubes do País que mais tiveram atletas lembrados pelo treinador para aquele Mundial.

Ou seja, ao longo de duas décadas e seis convocações para Copas do Mundo, um total de 31 jogadores de clubes do Brasil foram chamados nas listas iniciais de convocados para a seleção. E a pequena presença de jogadores em atividade no País nos últimos três Mundiais e agora novamente no que está para começar, na Rússia, escancara, em parte, como o poder financeiro dos clubes europeus enfraqueceu, com contratações em massa de brasileiro, o nível do futebol que é praticado em solo nacional nos últimos tempos.

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