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Jogadores usam pandemia para se desenvolver em curso de inglês, música e finanças

Tudo isso porque com a paralisação do calendário pela pandemia do novo coronavírus, os atletas passaram a ter rara oportunidade de ter tempo para investir em atividades de desenvolvimento pessoal

Estadão Conteúdo

Redação Folha Vitória
Foto: pexels

Em vez de treinos com bola, viagens e várias partidas por mês, alguns jogadores agora estão concentrados em apostilas de inglês, cursos online, estudos sobre finanças, terapia com psicólogo e aulas de música. Tudo isso porque com a paralisação do calendário pela pandemia do novo coronavírus, os atletas passaram a ter rara oportunidade de ter tempo para investir em atividades de desenvolvimento pessoal.

Como ainda não há uma data para os campeonatos serem retomados, os atletas têm uma rotina de treinos com menos carga horária e por não precisarem viajar para os jogos, conseguem colocar em prática o plano de se aperfeiçoar em algum ramo que talvez a rotina intensa do futebol não permita. Por isso, tem muito jogador que dispensou as horas livres na frente do videogame ou nas redes sociais para virar aluno exemplar nessa paralisação.

"Acho importante que durante este período a gente tente melhorar um pouco mais como pessoa. De alguma forma fazer coisas que antes não tinha tempo devido à vida corrida e cheia de compromissos que todos nós temos", afirmou o goleiro do Coritiba, Alex Muralha. Com a agenda mais folgada, ele tem visto nesta quarentena vídeos com dicas de culinária e comprou um violão novo para praticar.

Um outro exemplo é o zagueiro Igor Rabello, do Atlético-MG. Formado em educação física, ele tem feito cursos de gestão de pessoas e reforçado as aulas particulares de inglês. "Estou estudando duas vezes por semana. Eu sempre quis aprender outra língua, para crescer no meu trabalho e vida pessoal", disse ao Estadão em inglês, até para praticar a conversação durante a entrevista.

Outro a estar dedicado ao idioma estrangeiro é o volante Felipe Araruna. Revelado pelo São Paulo, ele está no Reading, da Inglaterra, e durante a paralisação, comprou livros para resolver exercícios gramaticais e procura resolver a dificuldade de entender o sotaque britânico. "No Brasil é muito difícil manter uma rotina de treino, estudo e fazer inglês. O calendário é muito cheio e você tem viagens muito longas também. Agora com a pandemia eu tenho conseguido aprender coisas novas, principalmente expressões e gírias que são daqui da Inglaterra", afirmou.

Araruna é formado em administração de empresas e utilizou a agenda mais livre para voltar a estudar temas como empreendedorismo e investimento. O mesmo assunto tem atraído o meia Renatinho, do CSA, para livros e "lives" feitas por profissionais da área. "É bom para entender mais a parte de investimentos, ações e fundos. Antes não tinha tempo de estudar sobre isso, agora estou mais preparado para lidar com meu dinheiro", contou. Renatinho também intensificou as palestras com um coach.

O aspecto comportamental também pesou para o volante Judson, do San José Earthquakes, dos Estados Unidos. Antes resistente a fazer terapia, agora ele tem feito sessões frequentes com um psicólogo. "Eu aprendi a me cobrar menos, a controlar ansiedade. Acho que vou estar mais preparado para a volta do futebol, porque consegui me entender melhor como pessoa e como jogador também", disse.

Em Goiânia, o atacante Victor Andrade, de Goiás, também deve retornar ao time com uma novidade após a pandemia. No caso dele, o foco está na prática do cavaquinho, instrumento que sempre gostou de tocar, mas lhe faltava tempo para praticar. "Estamos acostumados com a rotina de treinos, jogos, concentrações, viagens. Quando sai disso a gente precisa de algo para fazer de diferente, para manter a mente ativa. Não podemos deixar a quarentena nos abater", contou. Atento a vídeos de pagode nas últimas semanas, ele certamente vai reencontrar os colegas com novas músicas aprendidas.

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