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Após invasão, torcedores prestam depoimento no Rio

Rio - Os 85 torcedores presos após invadirem o Centro de Mídia do Maracanã, antes do jogo entre Espanha e Chile na tarde desta quarta-feira, prestam depoimento na Cidade da Polícia, complexo que reúne 14 delegacias especializadas, no Jacarezinho, zona norte do Rio, a seis quilômetros do estádio. Eles devem ser indiciados no artigo 41, item b, do Estatuto do Torcedor, que estabelece punições para aquele que "promover tumulto, praticar ou incitar a violência, ou invadir local restrito aos competidores em eventos esportivos". A pena prevista é de um a dois anos de prisão e multa.

Os torcedores foram transportados em três ônibus da Polícia Civil, escoltados por policiais militares. Um representante do consulado do Chile acompanha os depoimentos. Depois de serem ouvidos, os acusados ficarão à disposição da Polícia Federal. Eles assinarão termo comprometendo-se a responder em juízo.

Do lado de fora da Cidade da Polícia, próxima de duas das favelas mais violentas da cidade, a de Manguinhos e a de Jacarezinho, pelo menos dez amigos dos detidos aguardam informações. Um deles é o chileno Luis Leite, que esperava Fabián Rojas, de 24 anos. Ele segurava um ingresso, que dizia pertencer a Rojas.

"Nós nos perdemos. Marcamos de nos encontrar, mas ele não apareceu. Eu estava com o ingresso dele", disse Luis Leite. O bilhete, no entanto, não era nominal a ninguém.

Entre os detidos, havia pelo menos um argentino, Luis Thompson. "Estamos no Rio há cinco dias e não conseguimos comprar ingresso. Ele não invadiu. Foi preso do lado de fora do estádio", defendeu o argentino Pedro Garcia, que é seu amigo. "Ele não é barra-brava. É apenas um torcedor entusiasmado de futebol", completou, referindo-se ao grupo argentino de torcedores conhecido pela violência.

No último domingo, argentinos detidos por invasão ao Maracanã foram indiciados por "conduta inconveniente", que tem pena mais leve do que a prevista no artigo 41. Eles deveriam pagar uma cesta básica para serem liberados. No caso dos argentinos, no entanto, não houve dano ao patrimônio, como ocorreu na invasão chilena desta quarta-feira.

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