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Após um ano, CBF ainda não cumpriu ordem da Fifa em polêmica com relógios de luxo

Redação Folha Vitória

Genebra - Um ano depois de distribuir relógios de luxo avaliados em mais de R$ 5 milhões de forma ilegal a cartolas, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) não cumpriu até agora as ordens da Fifa de recuperar o dinheiro e destinar o dinheiro a algumas ONGs para ser utilizado em programas sociais.

Durante a Copa do Mundo de 2014, a CBF deu 65 relógios de luxo aos dirigentes esportivos estrangeiros que estiveram no Brasil. Mas a prática foi denunciada, a Fifa abriu um processo e ordenou que os agraciados com o presente devolvessem as peças até o dia 24 de outubro do ano passado. Também ficou estabelecido que a entidade que comanda o futebol brasileiro recuperaria os relógios e faria a doação do valor correspondente a instituições de caridade no País.

Um ano depois, nenhuma associação voltada para caridade, ONG ou programa social no Brasil foi beneficiado com a pequena fortuna. Fontes dentro da CBF indicam que a entidade optou simplesmente por devolver os relógios para a fabricante, a Parmigiani - por sinal uma das patrocinadoras da seleção brasileira. Na empresa suíça ninguém confirma que as peças tenham sido devolvidas.

A assessoria de imprensa da CBF informou apenas que o caso está com a Fifa. "O presidente da CBF (Marco Polo Del Nero) afirma que o referido assunto está com a Fifa", disse a nota.

Na Fifa, a ordem é não fazer comentários, sob a alegação de que o caso ainda está sob investigação no Comitê de Ética. Nesse órgão, nenhum esclarecimento foi prestado. "Informações serão apresentadas no momento adequado", limitou-se a responder o comitê, por meio de seus porta-vozes.

No total, a Fifa estimou que os "presentinhos" dados pela CBF a 65 cartolas chegariam ao valor de 1,6 milhão de francos suíços, cerca de R$ 5,3 milhões. A entidade diz que comprou os relógios por R$ 1,3 milhão.

De acordo com a entidade com sede em Zurique, a CBF informou ter adquirido cada um dos 65 relógios por cerca de US$ 9 mil. Mas, de acordo com a investigação, o preço de mercado do produto de luxo era de US$ 27 mil.

REGULAMENTO - Os relógios estavam em bolsas que haviam sido deixadas nos quartos dos hotéis em que estavam hospedados os dirigentes durante o Mundial. Vários desses cartolas alegaram que nem sequer olharam o que havia dentro das bolsas e, por isso, não denunciaram o fato.

A Fifa decidiu investigar o caso e afirmou que a CBF "não deveria ter oferecido os relógios". A entidade lembrou que, de acordo com suas regras, dirigentes não podem receber presentes, salvo os que tenham apenas um valor simbólico.

Em uma primeira resposta, ainda em 2014, a CBF garantiu que todos os relógios já haviam sido recolhidos.

A Fifa então deu um prazo à CBF para usar os recursos em projetos sociais.

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