Esportes

Brasil tenta melhorar imagem do atletismo no Mundial após o Pan

Redação Folha Vitória

São Paulo - Com 1.936 atletas de 207 países inscritos, o Mundial de Atletismo começa na China nesta sexta-feira (sábado em Pequim) sob a polêmica de supostos casos de doping que foram abafados pela IAAF, a entidade que controla a modalidade no mundo. Até a maior estrela do torneio, o jamaicano Usain Bolt, desabafou.

"Não depende apenas de mim, não posso melhorar as coisas sozinho. É responsabilidade de todos os atletas salvar o esporte e mostrar que podemos seguir adiante sem trapaças", afirmou o campeão dos 100 e 200 metros e do revezamento 4x100m, que espera que as denúncias não tirem o foco dos possíveis bons resultados.

O Brasil terá 55 representantes (33 no masculino e 22 no feminino), e tenta melhorar a imagem ruim deixada nos Jogos Pan-Americanos de Toronto, no Canadá. Os principais desfalques são Ana Cláudia Lemos, Joelma Sousa e Anderson Freitas Henriques, que estão contundidos. Mas a delegação nacional contará com Fabiana Murer, que vai brigar pela medalha no salto com vara com Nikoléta Kyriakopoúlou (Grécia), Yarisley Silva (Cuba) e Jennifer Suhr (EUA).

Outro que pode surpreender é Thiago Braz, que vinha tendo bons resultados até ir mal no Pan-Americano. Segundo Vitaly Petrov, seu treinador, as falhas em Toronto já são coisa do passado. "Agora ele só pensa no Mundial. Fizemos o treinamento em Formia, na Itália, e sabemos que a competição será muito importante. Mas não dá para traçar uma meta, vai depender do andamento da prova", afirmou o técnico, para quem a atuação em Pequim não influenciará no futuro. "Falta um ano para a Olimpíada e o desempenho agora não se repetirá necessariamente daqui a um ano."

Palco da Olimpíada de 2008, o estádio Ninho de Pássaro será usado no Mundial e traz boas recordações para o torcedor brasileiro. Foi lá que Maurren Maggi conquistou a medalha de ouro no salto em distância. Mas, para o Mundial, a Confederação Brasileira de Atletismo evita fazer projeções. "Os atletas estão bem preparados, mas as outras seleções também se prepararam bem. Difícil prever alguma coisa", explicou Mauro Chekin, chefe de delegação do Brasil.

Para ele, o desempenho na China não vai afetar o trabalho da equipe, porque a prioridade é chegar bem nos Jogos do Rio. "Não há o que temer. O que temos de fazer é trabalhar, é isso que a confederação tem feito. A preparação prossegue e o Mundial é uma etapa importante na preparação olímpica".

Treze brasileiros estarão em ação nesta sexta-feira, a começar pelos representantes na maratona: Solonei Rocha da Silva, Gilberto Silvestre Lopes e Edmilson Santana. A largada será no Portal Yongdingmen, às 20h35 (7h35 de sábado em Pequim), depois a competição passará pela Praça da Paz Celestial e terminará na pista do estádio. "Quero correr na casa de duas horas e dez minutos, acho que se conseguir isso posso garantir um lugar nos Jogos do Rio", comentou Solonei.

Ele optou por não disputar o Pan em Toronto para se preparar melhor. Foi sexto colocado no Mundial de Moscou, em 2013, e explica que o calor forte e a umidade baixa de Pequim são parecidos com Penápolis, cidade do interior paulista onde viveu 27 anos.

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