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Arena do vôlei de praia foi desenhada de forma 'errada', diz Ary Graça

Redação Folha Vitória

Rio -

A arena do vôlei de praia erguida na praia de Copacabana para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro sofreu atrasos em sua construção porque o plano desenhado pelos organizadores estava "errado" e não cabia na praia. Quem faz a revelação é Ary Graça, presidente da Federação Internacional de Vôlei.

Ele contou como, há cerca de oito meses, a arena teve de ser inteiramente redesenhada. Isso porque, nos planos originais, ela foi colocada de forma perpendicular à linha da praia, rompendo com a tradição que por mais de 20 anos marcou o local.

O risco de uma maré alta fez com que os organizadores avaliassem levar a arena para Botafogo. Mas, depois de um debate, Graça convenceu a organização do Rio-2016 a refazer o desenho.

Nesta segunda-feira, na última reunião entre as federações internacionais e a cúpula do Comitê Olímpico Internacional (COI), dirigentes admitiram: a crise econômica no Brasil contribuiu para atrasar os trabalhos. Os presidentes de todas as modalidades se encontraram com Thomas Bach, presidente do COI, para repassar os últimos detalhes do evento.

Mas, de forma geral, as entidades reconheceram que os problemas vieram, acima de tudo, dos problemas financeiros enfrentados pelo Rio-2016. "Tivemos desafios de infraestrutura. A crise no Brasil afetou", confirmou Marius Vizer, presidente da Federação Internacional de Judô, um dos dirigentes que por meses tem criticado o ritmo das obras. Segundo ele, cada um dos eventos foi obrigado a passar por "ajustes", com cortes de gastos.

O COI não descarta antecipar pagamentos para o Rio-2016, caso considere que a crise pode afetar a operação dos Jogos. Enquanto isso, a ordem é evitar gastos.

Christophe Dubi, diretor-executivo do COI, apontou que, no caso do incidente na Marina da Glória, com a destruição das rampas por conta das ondas, uma nova instalação está sendo construída. Mas, diante da necessidade de se economizar, ela será menor que o que existia antes.

Ele também aponta que, nas instalações do vôlei de praia, alguns aspectos precisam ser acertados, como a colocação de placas, sinais e a decoração do local. Ary Graça também admitiu que a crise econômica afetou os planos. Segundo ele, por falta de dinheiro, caberá às federações de cada esporte pagar pela parte de entretenimento entre as provas.

Ao deixar o encontro, o presidente do COI, Thomas Bach, optou por adotar um tom positivo. Questionado pela reportagem se tudo estava pronto, ele hesitou e depois respondeu: "sim, o Rio está pronto".

Perguntado sobre qual seria a mensagem que ele daria aos organizadores brasileiros, ele afirmou: "que trabalhem até o final da noite do dia 21 de agosto". "Tudo está se ajeitando. Essa não é apenas a minha opinião. Mas a de todas as federações internacionais. Serão grandes Jogos", disse. "Estamos prontos e há um grande apoio para tudo", apontou.

Para Bach, as federações demonstraram "cooperação" e que teria sido essa atitude que garantiu que o evento possa ocorrer.

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