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Tite diz que não via os jogos da seleção de Dunga e admite: 'Doía'

O treinador só fugiu da resposta quando perguntado se o incômodo era maior pelo fato de Dunga ter sido o escolhido em 2014, mesmo há algum tempo sem um bom trabalho como técnico

Redação Folha Vitória
Mas o período de amargura ficou para trás e hoje Tite é uma das esperanças de dias melhores para a seleção brasileira Foto: Divulgação

Rio - Satisfeito com seu início na seleção brasileira e com moral após as duas vitórias em seus primeiros jogos no cargo, sobre Equador e Colômbia, Tite lembrou do período que antecedeu sua chegada ao comando do time verde amarelo. Nesta quarta-feira, ele falou da decepção por não ter sido chamado para substituir Luiz Felipe Scolari em 2014, quando era o favorito para o cargo, e revelou que a tristeza foi tanta que até parou de assistir aos jogos do País.

"Depois de 2014, eu não assistia aos jogos da seleção. Eu via os melhores momentos depois. Porque eu entendia não que era o melhor, mas que meu momento profissional me credenciava para que eu fosse convidado. Então, para não gerar em mim um conflito interno, um sentimento ruim, eu não olhava para a seleção, confesso", disse em entrevista à Inter TV, afiliada da Rede Globo.

Após um grande trabalho no Corinthians, com direito a títulos da Libertadores e do Mundial de Clube, Tite acreditava que receberia o convite que foi realizado a Dunga e ficou chateado quando foi preterido pela CBF. "Doía, por isso eu evitava. Não queria ter aquele sentimento de 'poxa, eu poderia estar ali', de 'por que não me ligaram?'. Preferia pensar no meu trabalho."

O treinador só fugiu da resposta quando perguntado se o incômodo era maior pelo fato de Dunga ter sido o escolhido em 2014, mesmo há algum tempo sem um bom trabalho como técnico. "Essa pergunta machuca, então deixa quieto", disse aos risos.

Mas o período de amargura ficou para trás e hoje Tite é uma das esperanças de dias melhores para a seleção brasileira. A outra reside em Neymar. O treinador foi só elogios ao atacante e pediu "humanidade" no trato com o principal craque do País.

"Ele é nosso maior craque, entre os três maiores do mundo, com 24 anos. É dada a ele uma responsabilidade de principal astro na vitória e maior culpado na derrota. Futebol e vida não se fazem assim. É preciso senso de equipe, dividir responsabilidade, o conjunto potencializando o individual. Tem que ter esse processo de crescimento individual de um garoto de 24 anos. Vamos olhar com mais humanidade."