Lava Jato pede para Justiça manter bens de ex-diretor do Comitê Rio-16 bloqueados
O Ministério Público Federal pediu à Justiça que rejeite recurso do ex-diretor de operações do Comitê Rio-2016, Leonardo Gryner, contra o bloqueio de seus imóveis e bens móveis. Ele é réu, sob acusação de corrupção e organização criminosa pela força-tarefa da Lava Jato na Operação Unfair Play, que apura crimes na votação que elegeu a capital fluminense como sede da Olimpíada em 2009.
As informações foram divulgadas pela Assessoria de Comunicação da Procuradoria Regional da República na 2.ª Região - Processo TRF2 nº 2017.51.01.507533-1. E o Tribunal Regional Federal da 2.ª Região (TRF-2), que tinha restringido o bloqueio (de até R$ 1 bilhão, originalmente, para o limite de 30% da receita de suas empresas), julgará em breve se encaminha ao Superior Tribunal de Justiça o recurso especial de Gryner contra a indisponibilidade de bens.
Em manifestação ao tribunal, o Ministério Público Federal na 2.ª Região (RJ/ES) refutou o pedido de Gryner por avaliar que a defesa "busca rediscutir a matéria", o que implicaria uma nova análise das provas, vedada em recursos especiais.
De acordo com a procuradora regional da República Silvana Batini, do Núcleo Criminal de Combate à Corrupção, braço do Ministério Público Federal, a Súmula 7 do STJ pacificou o entendimento de que essa via não admite a pretensão de simples reexame de prova. Segundo a Procuradoria Regional da República na 2.ª Região, o bloqueio de bens "visa a garantir a reparação de danos aos cofres públicos ao final do processo".
Nos autos da Operação Unfair Play, o Ministério Público Federal considerou que Gryner "não se desvinculou de fatos sobre os quais há provas robustas de sua participação em uma organização criminosa com o ex-governador Sérgio Cabral, o ex-presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Carlos Arthur Nuzman, e o empresário Arthur Soares".
A reportagem do Estado está tentando entrar contato com a defesa de Leonardo Gryner, mas, até o início da tarde desta quinta-feira, ainda não havia obtido uma posição oficial sobre o pedido de manutenção do bloqueio dos bens do ex-diretor de operações do Comitê Rio-2016 feito pelo Ministério Público Federal à Justiça.