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Após Piqué ser hostilizado, Lopetegui cobra foco da Espanha e defende jogador

Redação Folha Vitória

Madri - Depois de Gerard Piqué ter sido hostilizado por torcedores durante treino da seleção espanhola realizado na última segunda-feira em Madri, onde o zagueiro do Barcelona foi alvo de protestos após ter se manifestado a favor da independência da Catalunha, o técnico do time nacional, Julen Lopetegui, pediu que os seus comandados deixem em segundo plano neste momento o grave momento político atravessado pelo país para se concentrarem exclusivamente nas duas rodadas finais das Eliminatórias Europeias da Copa do Mundo de 2018.

Altamente apoiado pelos catalães, Piqué viu torcedores que acompanhavam a atividade na Cidade do Futebol de Las Rozas, na capital espanhola, exibirem indignação com cânticos contra ele e também com cartazes. Entre as mensagens escritas uma foi "Piqué, chorão, Espanha é sua nação" e um outro cartaz trazia a frase "Piqué, safado, fora da seleção".

Líder isolada do Grupo G das Eliminatórias Europeias, com 22 pontos, a Espanha enfrenta a Albânia na próxima sexta-feira, em casa, na cidade de Alicante, onde tem chance matemática até de assegurar vaga no Mundial com uma rodada de antecipação em caso de um tropeço da Itália em outro jogo do dia. Na próxima segunda, pela jornada final desta chave, os espanhóis encaram Israel, em Jerusalém.

Apenas os líderes de cada chave do qualificatório europeu garantem vaga direta na Copa de 2018 e a Espanha está três pontos à frente da vice-líder Itália, que enfrenta a Macedônia, em casa, na próxima sexta, e em seguida encara a Albânia como visitante na segunda-feira.

Por ter sido hostilizado na última segunda-feira, Piqué acabou deixando o treino da Espanha antes do seu final, mas, na noite seguinte, em entrevista à rádio local Cope, Lopetegui assegurou que o defensor continua "motivado" para defender a seleção nestas duas rodadas finais do Grupo G.

O treinador destacou que "o comportamento de Piqué com a seleção nacional sempre foi muito bom" e disse que não haveria motivo para tirá-lo do time por causa do episódio ocorrido no treino de segunda-feira. "Não analisamos a opinião política do jogador. Gerard é um extraordinário zagueiro central e ele vem jogando pela seleção desde os seus 16 anos de idade. Seu comprometimento é tremendo. Não vejo por que eu não deveria trazê-lo para a seleção. Ele está disponível e quer jogar. Sei que não é uma situação fácil, mas sou um técnico de futebol e tenho de priorizar o futebol", ressaltou.

Piqué chegou a chorar, no último domingo, ao dar uma entrevista coletiva na qual criticou as ações violentas da polícia espanhola para conter manifestantes durante a votação do referendo pela independência da região da Catalunha, encerrada no último domingo, sendo que esta votação é considerada ilegal pelo governo espanhol. Nos conflitos, mais de 890 civis e cerca de 430 membros da polícia se feriram, segundo números oficiais do governo.

Convocado para estes dois próximos confrontos da seleção espanhola, o meia Thiago Alcântara deu entrevista coletiva nesta terça-feira e foi outro a defender a permanência de Piqué na equipe nacional. "Eu o vejo com o mesmo entusiasmo de antes. Ele está tão feliz como sempre em nosso vestiário", assegurou o jogador.

Na última segunda-feira, por sua vez, o Barcelona anunciou que aderiu à greve geral na Catalunha, convocada por sindicatos e associações para esta terça pela independência da região da Catalunha. Com isso, cancelou todas as atividades que estavam inicialmente agendadas para o dia no clube.

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