Tite se diz privilegiado e nega motivação extra para vencer a Argentina
Belo Horizonte - Na véspera de comandar a seleção brasileira no maior clássico do futebol sul-americano pela primeira vez, o técnico Tite disse ser um privilégio poder participar do jogo e afirmou que não irá conseguir dormir na noite desta quarta-feira. O treinador também declarou que o mau momento da Argentina não deverá interferir no jogo de quinta, no Mineirão, e descartou qualquer motivação extra em poder complicar ainda mais a situação argentina na tabela de classificação. "Esse pensamento é muito pequeno", declarou o técnico.
Com quatro vitórias nos primeiros quatro jogos à frente da seleção, Tite terá diante da Argentina seu maior desafio. O treinador, contudo, disse que se preparou para este momento. "Eu não sonhei chegar à seleção como atleta. Eu tinha uma limitação física e sabia que não tinha como chegar a esse nível. Como técnico me preparei muito, avancei as etapas... (Avaliei) os erros que cometi, evoluções, estudos. O tempo que fiquei desempregado eu fui estudar, pagar o preço para chegar a esse ponto. É um privilégio estar nesse clássico", comentou.
Sobre o adversário, Tite voltou a afirmar que não há como parar Lionel Messi, principal astro da Argentina. "Não se para Leo Messi, não se para Neymar, mas a gente pode diminuir o número de ações deles", sustentou. Questionado sobre como pretende fazer isso, ele sorriu: "Não vou revelar".
Para Tite, o mau momento da seleção argentina, que ocupa a sexta posição na tabela das Eliminatórias e, por isso, está fora da zona de classificação para a Copa, não deverá interferir no jogo. "Se você pegar quatro rodadas atrás, a coisa estava toda invertida", lembra. "É um clássico, e isso sempre equilibra."
O treinador também negou com veemência que a chance de complicar ainda mais os argentinos seja uma motivação extra para a partida. "Não, não é uma motivação. Isso é pensar muito pequeno. A gente tem que pensar no espetáculo, em fazer um grande jogo e vencer, mas não que isso sugere o mau do outro. Isso é humanamente muito pequeno", declarou o técnico.
No fim da tarde, Tite comandou o último treino do Brasil no Mineirão e repetiu a escalação da véspera. O Brasil vai jogar com: Alisson; Daniel Alves, Marquinhos, Miranda e Marcelo; Fernandinho, Paulinho e Renato Augusto; Philipe Coutinho, Neymar e Gabriel Jesus.