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Maradona admite que uso da tecnologia anularia o seu gol de mão na Copa de 1986

O recurso foi lançado pela Fifa no Mundial de Clubes do Japão, em 2016. A entidade quer acelerar os testes para implementá-lo na Copa da Rússia, em 2018

O argentino Diego Maradona considerou nesta terça-feira, em entrevista ao site oficial da Fifa, importante o uso da tecnologia no futebol, mas admitiu que o famoso gol de mão, que ficou conhecido como "La Mano de Dios" (A Mão de Deus), marcado por ele na vitória sobre a Inglaterra (2 a 1) nas quartas de final da Copa do Mundo de 1986, no México, teria sido anulado se houvesse, na época, recursos de vídeo permitidos nos jogos.

Na jogada, o argentino, hoje embaixador da Fifa, domina a bola na intermediária, passa por vários adversários e tenta tocar para um companheiro. A zaga cortou o passe, mas a bola acabou sobrando em uma dividida entre Maradona e o goleiro Peter Shilton, um dos melhores ingleses da posição na história. Foi nesse momento que o argentino fez uso da malandragem para balançar as redes do adversário.

"Comecei a pensar e, claro, com a tecnologia, esse gol não teria sido anotado, não o teriam validado. Se a tecnologia avança, se todos os esportes a utilizam, como não vamos considerá-la para o futebol? A tecnologia traz transparência e qualidade, dá uma resposta positiva à equipe que decide atacar sem assumir riscos", reconheceu o ex-camisa 10 da Argentina sobre o lance que é um dos mais polêmicos de todos os Mundiais.

Naquele mesmo jogo, por sua vez, o astro ainda marcou um golaço, no qual partiu com a bola dominada ainda do seu campo, saiu enfileirando adversários e driblou até Peter Shilton antes de tocar a bola para as redes. Aquele gol é considerado por muitos o mais bonito da história das Copas.

Nesta entrevista para o site da Fifa, Maradona também revelou outra jogada sua que teria causado polêmica em um Mundial se a tecnologia da época fosse tão avançada quanto a de hoje. O lance, segundo o ídolo argentino, ocorreu em uma partida da Copa de 1990, disputada na Itália, desta vez diante do time da extinta União Soviética (vencida pelo país sul-americano por 2 a 0).

"No Mundial de 1990 também usei a mão contra a União Soviética para limpar a bola em nossa defesa. Naquele momento, o árbitro tão pouco a viu. Tivemos sorte. Mas, naquela época não havia possibilidade de usar a tecnologia. Hoje, é outra história", confessou Maradona.

O árbitro de vídeo foi utilizado no mês passado durante a realização da Copa das Confederações, na Rússia. O recurso foi lançado pela Fifa no Mundial de Clubes do Japão, em 2016. A entidade quer acelerar os testes para implementá-lo na Copa do Mundo da Rússia, em 2018. "Não se pode voltar atrás", finalizou Maradona ao defender a entrada da tecnologia no futebol.

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