
Após consolidar o modelo de integração logística no Norte capixaba, com o Parklog de Aracruz, o Governo do Estado prepara um novo projeto estratégico para o Sul do Espírito Santo. Batizado de Parklog Sul Capixaba, o plano tem como objetivo estruturar um masterplan setorial capaz de atrair investimentos e criar um ecossistema integrado de logística, energia e indústria: “A ideia é integrar de Anchieta até Presidente Kennedy”, explica o vice-governador Ricardo Ferraço.
De Ubu a Kennedy: corredor logístico e energético
A proposta é transformar o Sul do estado em uma base logística e energética referencial no Sudeste, integrando portos, rodovias, ferrovias e terminais industriais. O modelo segue o exemplo de Aracruz, onde o Parklog se tornou um case de desenvolvimento articulado entre governo e iniciativa privada.
Segundo Ferraço, o projeto surge para equilibrar o desenvolvimento regional e aproveitar a infraestrutura já existente na região, como o Porto de Ubu (Samarco) e o Porto Central, em Kennedy — além da futura integração com o aeroporto de Cachoeiro de Itapemirim, atualmente em fase final de obras, e os ramais ferroviários planejados da EF-118 e da Sul Litorânea, conectando o Espírito Santo ao Rio de Janeiro e a Minas Gerais.
“Essa é uma parceria do governo com entidades do setor privado, como a federação dos transportes e a Samarco. A ideia é integrar de Anchieta até Presidente Kennedy. Queremos nos fazer algumas perguntas: será que o terminal portuário da Samarco não poderia ser um terminal de cargas gerais? Que ajustes precisam ser feitos para esse porto operar com cargas gerais?”.
A conexão entre os portos da Samarco e do Porto Central é um dos pilares do projeto, interligando modais marítimo, ferroviário e rodoviário, com previsão de atendimento a cargas gerais, graneis sólidos, contêineres, insumos industriais e produtos de exportação, como rochas ornamentais e cimento.
“Esse terminal conecta com rodovia e com ferrovias. A ideia é pensar isso a partir de dois portos que nós temos, Samarco/Ubu e Porto Central em Kennedy, aeroporto de Cachoeiro, o ramal da ferrovia da Vale pra Anchieta (Sul Litorânea), que existe um compromisso contratual da Vale com o governo apesar de estar em litígio”, reforça Ferraço.
Além da integração portuária, o plano prevê o uso estratégico dos royalties e a criação de uma governança público-privada, inspirada na experiência do Parklog de Aracruz, para coordenar investimentos em infraestrutura, formação de mão de obra e inovação tecnológica.
O aeroporto de Cachoeiro, com investimento estimado em R$ 76,5 milhões e que, atualmente, está em fase final de conclusão, também está inserido no planejamento e deverá receber parte das operações de importação e manutenção de jatos executivos, ampliando a conectividade da região e fortalecendo o corredor logístico sul capixaba.