Mulher, não enlouqueça!

Por Flávia Oleare

Este texto é para as mães, porque por mais que algumas situações estejam mudando, quando há divórcio ou separação do casal que possui filhos, em regra, os filhos passam a ter residência fixa com a mãe. 

Considerando esta premissa, acaba sendo a mãe quem fica com a maior responsabilidade em relação a acompanhamento na escola, aulas-extras, questões de saúde como médicos e dentistas, coordenar toda a parte de alimentação, afinal, tem que ter café da manhã, almoço, jantar, frutas, vitaminas e outras invenções para lanches, etc e tal. E ainda ver se a criança está assistindo muito TV, ficando muito no vídeo game, com quem está se relacionando nas redes sociais, se está  tomando banho direito, escovando os dentes, quem são os amiguinhos… UFA!  

E agora na época da pandemia, ainda somou-se a isso tudo, dependendo da idade do filho, a necessidade de estar do lado ajudando na educação à distância e os deveres de aula e de casa. 

Se você não tem nenhuma ajuda doméstica, ainda tem que:

Varrer, passar pano, tirar poeira, arrumar camas, lavar banheiros e cozinha, fazer supermercado, guardar as compras, fazer comida, lavar toda a louça, jogar lixo fora, colocar roupa na máquina, estender, passar, etc e etc.

E após isso tudo, ainda trabalhar para colocar dinheiro em casa. 

Há meses, tenho visto que as mães estão enlouquecendo de tanta sobrecarga. E ainda se culpando porque não estão conseguindo dar conta de tudo.

Mas é óbvio que não! É impossível! É uma questão matemática, vejamos:

O dia tem somente 24 horas. Se você trabalha 8 horas por dia em um emprego, outras 3 horas  entre idas e vindas e horário de almoço, só sobram 13 horas. Destas 13, teoricamente, teria que dormir 8. Portanto, sobram 5. Para os filhos, para as coisas da casa, para você. É, você também tem necessidades, esqueceu?

E não somos uma máquina programada que faz tudo de forma robotizada e programada. E ainda têm os medos, as inseguranças do período dificílimo pelo qual estamos passando e gente doente, gente morrendo, e tudo o mais que fica até difícil escrever aqui.

Portanto, PARE de se culpar. Você não vai dar conta de tudo. Vai ter que fazer do jeito que der. E tudo bem. Vai ter que estabelecer prioridades e jogar um monte de coisa para debaixo do tapete. Ah, não deu para limpar a casa? Fica suja, paciência, quando der, você limpa. Não deu para fazer janta? Vai ser lanche com pão. E pronto. Um dia ou outro não vai matar!

Afinal,  provavelmente você não pode ser dar ao luxo de largar o emprego, certo? Isso não é uma “opção” em sua vida e sim, uma necessidade. Portanto, PARE DE SE CULPAR! 

Afinal, pode ter certeza que os filhos preferem ter uma mãe imperfeita a ter uma mãe internada em uma clínica psiquiátrica ou morta por infarto. 

Estamos conversadas?

Salve este texto para você reler toda vez que achar que vai enlouquecer! E mande para sua amiga que também está “pirando”, certamente, ela te agradecerá! 

Flávia Oleare é advogada civilista, especialista em direito de família e sócia da Oleare e Torezani Advocacia e Consultoria.

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