CORONAVÍRUS

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ES tem aumento de internação de crianças por covid-19 e ocupação de leitos infantis é de quase 90%

Secretário de Saúde disse, no entanto, que o Estado tem boa capacidade para ampliar esse número de leitos para atender esse público

Foto: reprodução r7/ Pixabay

O número de internações de crianças infectadas pelo novo coronavírus aumentou no Espírito Santo, em relação à primeira fase de aceleração da covid-19 no estado, em meados do ano passado. A informação é do secretário estadual de Saúde, Nésio Fernandes, que concedeu uma entrevista coletiva na tarde desta segunda-feira (4).

Segundo o secretário, quase 90% dos leitos pediátricos para o coronavírus no Espírito Santo já estão ocupados. Nésio, entretanto, disse que o Estado tem boa capacidade para ampliar essas vagas, podendo reverter rapidamente leitos para o atendimento de crianças com covid-19 e outras doenças respiratórias. 

O secretário destacou ainda que as aulas para as crianças pequenas não foram retomadas, em sua plenitude, e que, portanto, não há relação desse aumento com as interações em sala de aula. "Nós não tivemos um retorno das atividades escolares no segundo semestre, mas estamos vivendo, neste momento, um aumento de casos de internação pediátrica, o que não ocorreu no início da pandemia", frisou Nésio Fernandes.

Já o subsecretário de Vigilância em Saúde, Luiz Carlos Reblin, demonstrou preocupação com esse aumento do número de internações de crianças.

Estabilização

Segundo Nésio Fernandes, o Espírito Santo vive uma etapa de estabilização do número de casos, desde a primeira semana de dezembro. Entretanto, segundo o secretário, não houve o mesmo comportamento do número de óbitos e internações, que continuaram em aceleração até o dia 24 de dezembro. A partir de então, segundo o secretário, houve uma estabilização do número de internações hospitalares em UTI's para covid-19.

Nésio Fernandes, no entanto, destacou que há uma expectativa de que as internações de pacientes infectados pelo coronavírus possam subir, nas próximas semanas, em virtude das interações ocorridas nas festas de fim de ano.

O secretário reconhece que ainda não houve um incremento da pressão assistencial sobre os serviços de saúde como reflexo das festividades, mas, segundo ele, há uma expectativa de que isso possa ocorrer ao longo da primeira quinzena de janeiro.

O subsecretário Luiz Carlos Reblin acrescentou que as interações de final de ano foram feitas essencialmente por uma população mais jovem, que costuma ter sintomas menos graves da covid-19. Entretanto, com a possibilidade de a doença ser transmitida a pessoas mais velhas ou com comorbidade, eventuais internações e mortes ocorrerão ao longo de alguns dias.

Internações

Nésio Fernandes também ressaltou que há uma possibilidade de estabilização do número de pacientes internados em UTI's para covid-19, uma vez que esta é a terceira semana consecutiva em que o estado tem aproximadamente 500 pacientes internados nessas unidades — na primeira onda da doença, o estado manteve esse patamar por sete semanas.

Entretanto, ele alerta que essa estabilização pode ser interrompida por uma nova aceleração do número de casos, provocada pelas interações de fim de ano e pela retomada da capacidade de testagem dos município, com o início das novas gestões. Para minimizar a pressão na rede assistencial, o Estado se planeja para chegar a 900 leitos de UTI para covid-19 até o final de fevereiro.

Sobre a estabilização do número de pessoas internadas nas UTI's Covid-19, em um patamar superior a 500 pacientes, Luiz Carlos Reblin destacou que o número é alto e que pode perdurar por mais semanas. "Isso indica uma possibilidade de que ainda temos muito tempo pela frente de um número alto de pessoas internadas e, consequentemente, um número alto de óbitos oriundos dessas pessoas que estão internadas em estado grave", frisou.

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