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Saiba o que fazer em caso de reação à vacina contra a febre amarela

A reação à vacina contra a febre amarela é rara, mas existe. Saiba por que ela acontece e quais são os primeiros sintomas.

A possibilidade de ter uma reação à vacina contra a febre amarela está deixando muita gente preocupada. Desde janeiro do ano passado, três pessoas morreram em consequência de problemas graves relacionados à vacina no Estado de São Paulo.

As três mortes foram confirmadas pela Secretaria Estadual da Saúde, em São Paulo, como reação vacinal. Não há registro de doenças prévias para nenhum dos casos e todos eram adultos com menos de 60 anos. Dois deles morreram na capital e foram vacinados depois do mês de outubro do ano passado. A terceira vítima morreu em fevereiro de 2017, em Matão, na região de Rio Preto.

Pelo menos outros seis casos estão em investigação no Estado, mas esta lista pode ser maior. Na última semana, dois casos vieram a público. O primeiro foi de uma criança de 3 anos que teria morrido depois de se vacinar na cidade de Carapicuíba. A segunda vítima teria sido uma mulher, moradora da cidade de Jaú. Nenhuma das duas mortes foi confirmada pelo Governo do Estado.

O que fazer em caso de reação?

A reação à vacina contra a febre amarela existe, mas costuma ser de uma intensidade considerada leve, como dor no local da injeção e febre baixa com um pouco de mal-estar por volta do quinto dia após a imunização.

Em casos raros essa reação pode evoluir para um quadro mais grave, até o desenvolvimento da Doença Viscerotrópica Aguda, que é muito parecida com a febre amarela. Os sintomas costumam aparecer antes do décimo dia depois da vacina e costumam ser febre, dores musculares, vômito e hemorragias. A doença pode comprometer o funcionamento hepático, renal, respiratório e cardíaco — em casos mais graves, pode levar à morte.

A indicação é que o paciente procure um médico assim que os primeiros sintomas aparecerem.

É preciso levar em consideração que essa reação mais grave é extremamente rara. A proporção é de um caso para cada 450 mil vacinados. Mas, de acordo com a Secretaria Estadual da Saúde, é possível que em um número maior de vacinados, ninguém tenha essa reação. Em todo o Estado de São Paulo, mais de um milhão de pessoas já foram vacinadas contra a febre amarela.

O médico infectologista, professor da Faculdade de Medicina da USP, Esper Kallas, explica que “não há nenhum produto de uso médico que não tenha risco algum, quer seja uma vacina, um creme de pele ou um quimioterápico para tratamento de câncer. Para reduzir esse risco (no caso da vacina), pessoas que tenham algum tipo de comprometimento da defesa precisam checar se devem tomar a vacina, pois a chance de ter doença grave é maior”.

De acordo com Kallas, na dúvida, é melhor que cada pessoa procure informações em fontes confiáveis ou fale com um médico ou um profissional de saúde que esteja envolvido com a campanha de vacinação. É preciso avaliar custo e benefícios para decidir se a vacina é mesmo necessária.

O risco de reação acontece porque a vacina é feita com o próprio vírus da doença de forma atenuada, cultivados em ovos embrionados de galinha. A composição ainda leva sacarose e glutamato de sódio.

O natural é que, até o décimo dia depois da imunização, o organismo desenvolva anticorpos para se proteger contra o vírus. Por isso, pessoas com algum tipo de comprometimento no sistema imunológico, nas defesas do organismo, não podem tomar a vacina contra a febre amarela.

A vacina contra a febre amarela é usada desde a década de 1930 e é considerada segura.

O médico infectologista Moacir Jucá explica que "a vacinação contra a febre amarela é a medida mais importante para prevenção e controle da doença. É uma vacina segura e altamente eficaz. Não é recomendada para pessoas que vivem fora das áreas de risco ou que não irão viajar pera essas áreas".

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