Geral

Banco Mundial pede fim de impasse político no Líbano

Redação Folha Vitória

- Beirute, 25 (AE) - O presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim, alertou nesta sexta-feira que centenas de milhares de dólares destinados ao Líbano estão bloqueados por causa do impasse político que já dura cerca de dois anos no país.

Em entrevista concedida à agência de notícias The Associated Press em Beirute, Yong Kim fez um apelo para que os políticos libaneses elejam um presidente que possa promulgar leis.

Segundo ele, o Banco Mundial, que deixou a Síria em 2011, está se esforçando para contribuir o mais rápido possível com a reconstrução do país mergulhado em uma guerra civil. Mas Yong Kim fez uma ressalva: combater o extremismo é uma tarefa complicada.

Yong Kim faz uma visita de dois dias ao Líbano, na companhia do secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, e também do presidente do Banco de Desenvolvimento Islâmico, Ahmad Mohamed Ali Al-Madani, para avaliar o impacto da crise síria na região e como as três organizações podem juntas colaborar com o país.

Hoje, o presidente do Banco Mundial viajou ao norte do Líbano para visitar um centro de desenvolvimento social que proporciona serviços sociais, de saúde e nutrição a famílias extremamente pobres em assentamentos informais que abrigam refugiados sírios.

"É sempre chocante ver quão difícil é a situação dessas famílias", afirmou Yong Kim. O Líbano abriga mais de 1 milhão de refugiados sírios ou cerca de 25% da população total síria de cerca de 4,5 milhão de pessoas. Autoridades libanesas afirmam que outros 500 mil sírios atualmente vivem no país e a presença deles é um fardo que o país já não mais pode carregar sozinho.

O Banco Mundial assinou acordos no valor de US$ 900 milhões com o Líbano e anunciou na quinta-feira uma nova iniciativa de US$ 100 milhões para que o governo possa melhorar a qualidade da educação e atender a todas as crianças libanesas e sírias até o final do ano letivo 2016-2017.

A maior parte do montante, contudo, está bloqueada porque o Líbano não tem um presidente desde maio de 2014 e seus parlamentares, que raramente se reúnem, se mostram incapazes de chegar a um acordo para eleger um novo líder.

Yong Kim disse, ainda, que o Banco Mundial tem amplos planos de apoiar o Líbano em projetos de desenvolvimento, incluindo assistência na construção de uma zona econômica especial em Tripoli, perto da fronteira com a Síria.

"Nós realmente pedimos que todos no Líbano pressionem e pressionem e pressionem para que o governo comece a funcionar novamente", disse. "Essa é realmente uma mensagem bem forte que eu quero transmitir ao povo libanês, que há custos reais para a disfunção dessas instituições governamentais no Líbano e esse custo é o dinheiro que não chega às comunidades", alertou o presidente do Banco Mundial. "Não estamos falando de poucas dezenas de milhares de dólares, estamos falando de bilhões de dólares."

Para ele, boa parte da instabilidade e do extremismo radical com o qual o mundo se depara se deve à falta de educação e de oportunidades de emprego. "Combater o extremismo não é simples, vai ser complicado", afirmou Yong Kim, que aposta em projetos de desenvolvimento e crescimento econômico para reduzir as chances de radicalização entre jovens. Fonte: Associated Press.

Pontos moeda