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Associações comerciais pedem que Trump não aplique tarifas contra a China

Redação Folha Vitória

Quarenta e cinco associações comerciais, que representam uma ampla gama da economia dos Estados Unidos, pedem que o governo de Donald Trump suspenda os planos para aplicar tarifas sobre a China e trabalhe com outras nações para pressionar Pequim a pôr fim às restrições a empresas estrangeiras. A imposição de tarifas pesadas "desencadeia uma reação em cadeia de consequências negativas para a economia americana, provocando retaliação, sufocando as exportações de produtos agrícolas, bens e serviços nos EUA e aumentando os custos para empresas e consumidores", afirmaram os grupos de comércio em uma carta.

A Casa Branca está preparando um pacote de medidas, incluindo tarifas em pelo menos US$ 30 bilhões anuais de importações chinesas para pressionar Pequim a acabar com os requisitos para empresas americanas. Uma decisão deve vir nesta semana ou na próxima. Embora seja tarde demais para que o grupo contorne as tarifas, as associações esperam ao menos diminuir o processo.

"Solicitamos que o governo Trump permita aos especialistas do setor a oportunidade de comentar sobre essas questões, incluindo o impacto econômico de qualquer ação potencial", afirmou a carta, datada de segunda-feira. O grupo inclui associações comerciais que cobrem as indústrias de tecnologia, varejo, agricultura e bens de consumo e tem como integrantes empresas como Apple, Google, IBM, Nike e Walmart.

"Nós nos concentramos nas tarifas porque sabemos que elas não funcionam", disse o diretor-executivo do Conselho da Indústria de Tecnologia da Informação, Dean Garfied, que organizou a carta. A maneira preferida do grupo para lidar com a China é "trabalhar com parceiros afins para abordar preocupações comuns com as políticas de comércio e de investimento chinesas", afirmou a carta. "A imposição de tarifas unilaterais pelo governo só servirá para dividir os EUA de seus aliados."

Garfield comentou que a pressão internacional, às vezes, leva a China a reverter ações que discriminam os estrangeiros. As empresas de tecnologia dos EUA, da Intel à Apple, dependem das operações da China para um grande pedaço dos lucros obtidos em suas operações em solo chinês.

O governo Trump argumenta que a mudança na China acontece muito devagar, resultando em um déficit comercial de US$ 375 bilhões com Pequim. Muitos na indústria americana concordam com o governo dos EUA de que Pequim usa seu enorme mercado para forçar as empresas na transferência de tecnologia indevidamente e se submetem a outras práticas discriminatórias. No entanto, eles desejam que o governo tome uma abordagem menos conflituosa. A administração também considera trazer o caso no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC), alegando que a China está violando regras comerciais, o que seria uma maneira de tentar construir uma coalizão de países. No entanto, não está claro se essa atitude será tomada. Fonte: Dow Jones Newswires.

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