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Metade da população russa já votou para presidente em meio a irregularidades

Redação Folha Vitória

Mais da metade da população russa, 51,9% de um total de 111 milhões de pesssoas, já foi às urnas neste domingo para eleger seu presidente pelos próximos seis anos, segundoa Comissão Central de Eleições da Rússia. A vitória do presidente Vladimir Putin, no poder desde 2000, é esperada, já que pesquisas apontam que Putin tem 70% das intenções de votos. Ele enfrenta outros sete candidatos, mas nenhum deles representa uma ameaça real. Assim como na eleição de 2012, marcada por denúncias de fraudes, esta também se destacou por relatos de irregularidades em diferentes regiões do país. O resultado só deverá ser oficialmente anunciado na segunda-feira. Um dos líderes da oposição, Alexei Navalny, declarou que boicotaria o pleito presidencial e convocou os russos a fazer o mesmo.

O grupo de monitoramento das eleições Golos reportou dezenas de aparentes violações das regras eleitorais, do extremo leste da Rússia a Moscou. Os problemas vão desde diversas urnas instaladas em lugares longe da observação de câmeras a inscrições de eleitores feitas de última hora, provavelmente para aumentar os resultados. Aproximadamente 145 mil observadores acompanham as eleições russas, incluindo 1.500 estrangeiroes e representantes do movimento liderado por Navalny. Em resposta aos reportes de irregularidades, a Comissão informou que está agindo rapidamente em resposta às denúncias de violações da lei.

Mais cedo, a Comissão informou que seu site havia sido alvo de uma tentativa de invasão mal-sucedida. A diretora Ella Pamfilova disse a repórteres que se tratava de um Ddos, ou negação distribuída de serviço, ligada a computadores de 15 países - sem mencionar quais. A tentativa de ataque aconteceu quando eleitores do extremo leste da Rússia estavam votando, disse Pamfilova. Autoridades russas, contudo, conseguiram deter a ação.

Assim como autoridades de investigação norte-americanas alegam ataques virtuais e outras interferências na campanha eleitoral do presidente Donald Trump, em 2016, autoridades russas têm reclamado que outros países vêm tentando interferir nas votações deste domingo.

Na Ucrânia, onde vivem milhões de russos, houve conflito entre eleitores e forças de segurança do país em virtude da proibição do governo ucraniano para que a população russa local pudesse votar. Apenas diplomatas da Rússia foram autorizados a votar. Russos que vivem em diversas cidades da Ucrânia foram protestar em frente a embaixadas da Rússia, como nas de Kiev, Odessa e outras cidades. A proibição ao voto pelo governo ucraniano é uma reação à anexação da Crimea, região até então da Ucrânia, pela Rússia há quatro anos. Os ucranianos também não aceitam o apoio dado pelos russos a separatistas do leste da Ucrânia.

O opositor Navalny foi barrado de participar da campanha presidencial por ter sido condenado criminalmente em um caso avaliado como tendo motivações políticas. Ele criticou os sete concorrentes de Putin por não condenarem os relatos de falsificação de cédulas de voto e outras irregularidades. Em seu blog, declarou que "tais candidatos não são dignos" do voto da população.

Já a candidata de oposição Ksenia Sobchak instou os críticos de Putin a votar, no lugar de boicotar as eleições. A ex estrela de TV, de 36 anos, disse a repórteres em Moscow que quanto maior o suporte ao presidente nas votações deste domingo, "mais duro será o sistema" que os russos terão de enfrentar no próximo mandato. Sobchak disse ainda que "cada ponto porcentual extra" para Putin será resultado daqueles que se recusam ou não se importam em votar. Críticos alegam que ela tem apoio do Kremlin para dar a impressão de que a eleição é democrática, o que a candidata nega. Ela foi a única que abertamente criticou Putin durante a campanha. Fonte: Associated Press.

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