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Cartazes em escola de Vila Velha viralizam ao culpar mulheres por assédio: 'se fazer de vítima é fácil'

Os cartazes fazem parte de um projeto escolar que, de acordo com a Secretaria de Estado de Educação (Sedu), tem o intuito de trabalhar o tema da valorização da mulher

Foto: Reprodução/ Twitter

Cartazes expostos na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Padre Humberto Piacente, em Vila Velha, chamaram a atenção de alunos, professores e de membros da comunidade da região de Alecrim.

Os cartazes fazem parte de um projeto escolar que, de acordo com a Secretaria de Estado de Educação (Sedu), tem o intuito de trabalhar o tema da valorização da mulher. Entretanto, alguns dos cartazes sugerem que as mulheres que sofrem estupro, violência e assédio são culpadas pelos crimes dos quais são vítimas.

As fotos foram publicadas em um perfil de uma rede social e viralizaram, com mensagens de todo o país. O ator José de Abreu foi um dos que compartilhou as fotos.

Um dos cartazes pregados na parede expõe a seguinte situação hipotética: "Uma mulher vai para uma festa com uma roupa que expõe muito o corpo dela. Um homem passa a mão nela e na emoção do momento, ela diz que gosta, mas depois começa a dizer que é assédio". Em outra situação, o cartaz sugere que a mulher que sai da praia e permanece de biquíni, está cometendo uma "falta de respeito".

Foto: Reprodução/ Twitter

Outro cartaz, colado no mesmo mural, indica que a mulher precisa aprender a "dar limites" aos homens para não ser vítima de crimes como estupro, abuso sexual ou assédio. No mesmo cartaz há dizeres como "Apenda a se vestir, se comportar e 'dar limites" e "se fazer de vítima depois é fácil".

As mensagens ainda expõem o caso da vendedora Jane Cherubim, de 36 anos, que foi estuprada, torturada e espancada, na região do Caparaó, no início do mês. Neste cartaz, a "conclusão" dos alunos sugere que "As mulheres deveriam ser menos 'vulgar' e respeitar o próprio corpo. O cartaz sugere ainda que as mulheres precisam ter "consciência na hora de se envolver com um homem, sem ao menos 'conhecer' e acabam sendo agredidas".

Foto: Reprodução / Twitter

Por meio de nota, a Sedu disse que "os cartazes integram uma ação, desenvolvida na disciplina de ciências humanas, com o objetivo de trabalhar a questão da valorização da mulher e a sua colocação na sociedade. O projeto foi dividido em duas partes: a primeira sobre que pode ser feito para as mulheres não serem desvalorizadas; e a segunda, o que os homens estão fazendo com as mulheres".

A nota diz, ainda, que "os alunos reproduziram, por meio de frases, a percepção deles em relação ao assunto" e que "a iniciativa faz parte de uma ação maior, desenvolvida em outras séries da escola neste mês da mulher, com foco na valorização feminina". A direção da escola disse que não compactua com qualquer tipo de ação discriminatória.




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