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Arcebispo de Vitória critica antecipação de três feriados religiosos na capital

Dom Dario Campos reclamou que não foi consultado ou comunicado pela prefeito Lorenzo Pazolini da mudança que muda a data de três festas católicas

Marcelo Pereira

Redação Folha Vitória
Foto: Zanete Dadalto/Divulgação Convento da Penha

O projeto de lei da Prefeitura de Vitória que pode antecipar três feriados religiosos para esta semana gerou críticas na Igreja Católica. Durante uma missa celebrada no sábado (27), o arcebispo Dom Dario Campos, criticou o prefeito Lorenzo Pazollini por não ter sido consultado ou comunicado da mudança. 

Ele classificou a atitude como "indelicadeza e falta de educação". "Quer trocar o feriado? Tudo bem. Estamos dispostos mas que comente e avise. Eu seria o primeiro a dizer 'vamos fazer', mas não pode passar por cima da gente como um trator", declarou. O áudio com a fala do religioso está no site oficial da Arquidiocese de Vitória, da qual Dario é autoridade máxima. 

A capital "puxou" para março e abril três feriados: Nossa Senhora da Penha (de 12 de abril vai para 30 de março), Corpus Christi (de 3 de junho vai para 31 de março) e Nossa Senhora da Vitória (de 8 de setembro para 1 de abril). A proposta foi aprovada pela Câmara de Vereadores na última sexta (27) mas precisa ser sancionada pelo prefeito e publicada em Diário Oficial para passar a valer como lei.

O arcebispo disse que conversou com o prefeito por telefone na sexta-feira (26) após o projeto ser aprovado. "Ele ficou sem graça, pedindo perdão e querendo conversar comigo. Disse que não precisava. O que eu tenho para falar é isso: o senhor foi indelicado e sem educação", reclamou, acrescentando que critica a atitude e não tem nada contra Pazolini. Ele disse que os católicos foram tratados como "um bando, sem direção, como um qualquer". E acrescentou: "E o pior: se diz católico".

O religioso não critica a estratégia de antecipação de feriados, que já vem sendo feito em São Paulo e no Rio de Janeiro, a fim de diminuir a circulação e interação de pessoas e barrar a transmissão do coronavírus. Porém, ele se queixa de não ter sido consultado. "Nada contra, nós todos lutamos para salvar vidas, mas ele tomou uma decisão que envolve os católicos sem consultar aquele que é responsável pelos católicos", destacou.

Dom Dario afirmou que as paróquias e comunidades católicas estão atentas aos protocolos de saúde e que não estão promovendo aglomerações. "O quanto eu tenho falado e batido nisso? O triste é ver que, de repente, um grupo de legisladores votam mudando toda essa situação. Faltou delicadeza de falar com a gente, não comigo Dario, mas com o arcebispo. É indelicadeza com os católicos", reforçou.

O religioso terminou sua reflexão lembrando que estamos entrando na Semana Santa com dores e sofrimentos. "Não podemos esquecer a esperança de que não estamos só, o Senhor Jesus caminha conosco", finalizou.

Outro lado

A reportagem procurou a Prefeitura de Vitória pedindo um posicionamento sobre as críticas do arcebispo e se o projeto aprovado pela Câmara será sancionado pela prefeito Lorenzo Pazolini, apesar das palavras do religioso. Assim que a resposta for enviada, a matéria será atualizada. 


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