Geral

Casagrande descarta toque de recolher e lockdown no ES

Em entrevista à Rádio Jovem Pan News Vitória, governador disse que capacidade de atender população está mantida no Estado

Foto: Arquivo/Governo do ES

A possibilidade de medidas mais restritivas no Estado por causa da pandemia está descartada. Pelo menos, por enquanto. A declaração foi dada pelo governador Renato Casagrande em entrevista à Rádio Jovem Pan News Vitória na manhã desta terça (2), data em que a rádio completa um ano. Com mais de 250 mil mortes registradas no Brasil, toques de recolher e suspensão de atividades não essenciais têm sido adotados em todo o país.

O governador também disse na entrevista que os embates com o governo federal prejudicam, e muito, as ações de combate ao avanço da covid-19 não só no Espírito Santo, mas em todo o país.

"Não posso falar do futuro porque vai depender do comportamento da pandemia e da nossa capacidade de atender à população. Mas, no momento, está descartado isso (lockdown, toque de recolher, fechamento de comércio à noite). Nós estamos em uma situação hoje sob controle e temos uma outra estratégia de aumento na abertura de leitos, vacinação em massa, trabalhando nos grupos de risco. Espero não ter que tomar medidas mais duras. Nós temos hoje uma matriz de risco que nos orienta com relação a medidas qualificadas de cada município e nesse momento vamos seguir nossa matriz de risco", afirmou Casagrande.

Crítico das ações do governo federal, o governador lamentou, mais uma vez, a politização da pandemia e fez questão de citar o negacionismo praticado pelo presidente Jair Bolsonaro. Para ele, grandes dificultadores  no combate à crise. 

"Um ano de muita tristeza para as pessoas e um ano de muita politização dos temas da pandemia. Todos os temas foram politizados. Se vai usar máscara ou não, tá politizado. Se vai abrir hospital de campanha ou não está politizado. Se vai tomar vacina ou não tá politizado. Há uma falta de coordenação do governo federal, um negacionismo do Presidente da República, então tudo isso dificultou o trabalho. Eu tenho liderado o movimento no Estado para a gente poder continuar atendendo a população capixaba da melhor maneira possível".

Sobre a possibilidade de os estados comprarem vacinas, Casagrande afirmou que ainda não foi possível encontrar fornecedores e mais uma vez ele apontou para a falha inicial do governo federal. 

"Até agora não encontramos o fornecedor, porque o Brasil fez poucos contratos. Deveria ter feito mais contratos no ano passado, com mais laboratórios, mas infelizmente não fez e nós hoje ficamos atrasados em relação ao cronograma de vacinação. Nós fomos lá fazer uma visita à União Química, que é o laboratório que produz a vacina russa Sputinik V, fomos com diversos outros governadores, mas ainda não conseguimos ainda o fornecedor", afirmou.

Leia também

>> Espírito Santo planeja abrir 158 novos leitos para covid-19 até abril. Confira o cronograma!

>> Espírito Santo receberá 15 pacientes de Santa Catarina com covid-19

>> Casagrande rebate governo federal sobre repasse de verbas ao Estado em 2020

>> Casagrande detalha questão da compra das vacinas e contesta repasses do Governo Federal

>> VÍDEO | Casagrande se une a outros governadores para compra de vacinas da Rússia, China e Índia

Em busca de interlocução, Casagrande deve se reunir com o presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), nesta tarde. Na pauta, além de enfrentamento à pandemia, também pautas federativas de interesse do Estado. 

"Vamos ver o que ele pode ajudar nessa coordenação nacional. Vamos tratar de orçamento para a covid com certeza, porque o governo federal ainda não liberou recurso para a contratação de leitos e vamos tratar de outras pautas federativas com o presidente da Câmara. Acredito que ele possa colaborar. A Câmara pode tratar de alguns temas com o governo federal e pode ser intermediária, assim como o Senado, de assuntos importantes que por insensibilidade não são tratados".

Sobre as ações de combate à pandemia no Estado, o governador afirmou que foram decisões difíceis, principalmente em função da falta de conhecimento sobre a doença. 

"Difícil dizer se poderia ter feito diferente porque estamos aprendendo a lidar com o tema, com o assunto. Inclusive para os médicos e profissionais de saúde. Fomos mais conservadores do que poderíamos ser. Inclusive nossas ações ajudaram a salvar vidas no Espírito Santo. Tivemos leitos de hospitais pra todo mundo, ninguém ficou sem atendimento nesse ano. A gente conseguiu enfrentar todas as fake news, todo o enfrentamento, toda a politização da pandemia. Estamos conseguindo, nesse momento de crescimento da pandemia, novamente atender a todo mundo. Estamos inclusive ajudando os estados do Amazonas, de Rondônia e agora de Santa Catarina".

Casagrande ainda complementou. "Fizemos um investimento robusto na abertura de leitos, estamos fazendo muitos testes, agora mesmo vamos intensificar a testagem para isolar os casos ativos. E estamos nos comunicando diretamente com a sociedade todos os dias. Explicando o que a gente está fazendo, conversando com a sociedade. Acho que isso tem nos dado a garantia de estar enfrentando com estabilidade a pandemia e conseguindo atender as pessoas que dependem do serviço do Estado". 

Escute abaixo a entrevista de Casagrande à Rádio Jovem Pan News Vitória na íntegra:

Entrevista de Casagrande à Pan News


Pontos moeda