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Pico de covid-19 no ES deve ser atingido até a próxima semana

A declaração foi feita pelo secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes, no dia em que o Estado atingiu o recorde de números diários de mortes

Marcelo Pereira

Redação Folha Vitória
Foto: Divulgação

O pico da pandemia de coronavírus, que está na terceira onda no Espírito Santo, deve ser atingido até a próxima semana, iniciando o mês de abril. A declaração foi dada pelo secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes, que fez essa previsão durante coletiva online na tarde desta segunda-feira (29). 

"O Espírito Santo mantém a aceleração da curva de casos. Esperamos ao longo dessa e da próxima semana, que o Estado alcance um pico e passe a observar uma estabilização durante, pelo menos, três semanas e entrar em fase de recuperação".

O secretário apontou que a curva ascendente de novas contaminações continua intensa e cada vez mais rápida. "Alcançamos, no dia 22 de março, um novo recorde de 2844 casos, superior ao anterior de 28 de dezembro, com 2757 casos".

Ele também calculou que entre terça e quarta-feira, o Estado irá alcançar outro triste recorde ultrapassando o número total de óbitos observado em toda a pandemia. 

"Já ultrapassamos o número de óbitos por dia. A média móvel de amanhã e de quarta-feira deve superar a média móvel de mais de um ano de pandemia. Isso nos sensibiliza". 

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Apesar do reforço de medidas restritivas com ampliação de fechamento do comércio e suspensão de atividades e eventos sociais, o secretário reconheceu que não foi suficiente para deter o avanço do coronavírus. 

"As medidas de distanciamento e de isolamento social somadas aos protocolos ainda não foram suficientes para interromper a curva de crescimento de casos. A fiscalização não é capaz de interromper a interação das pessoas que favorece o crescimento do número de casos no Estado", apontou, pedindo a colaboração da população em geral. 

"Nós alcançamos 1526 pessoas internadas nos leitos dedicados ao tratamento exclusivo para covid-19. Neste momento, alcançamos 94,35% de ocupação de leitos. É uma ocupação extremamente crítica. Entre este número e 96% e 98% não há diferença! Depende de necessidade das altas e dos óbitos para poder internar a demanda que se apresenta todos os dias no sistema de saúde", explicou. 

Rede privada

Na sua atualização sobre a pandemia, dentro do contexto de alta ocupação de leitos de UTI, Nésio revelou que a rede privada tem feito pedidos de auxílio junto à rede pública. 

"Temos pedidos para que o SUS possa receber pacientes da rede privada em uma frequência maior que as anteriores. Estamos reconhecendo que a rede hospitalar encontra-se extremamente pressionada pela quantidade de pacientes graves".

Apesar de a rede pública estadual estar vivendo uma expansão em número de leitos (com previsão para entrega de 900 leitos até o final desta semana), o secretário foi enfático ao dizer que os efeitos do crescimento têm um limite. Esse limite na abertura estaria na contratação de profissionais especializados em medicina e em enfermaria intensiva. 

"Nós, no dia de hoje, já temos 867 leitos de UTI abertos com 853 leitos de enfermaria totalizando 1720 leitos dedicados a pessoas atingidas pela covid. Podemos chegar a marca de 1000 leitos de UTI no Espírito Santo, ultrapassando essa marca. De fato, o limite para ampliação de leitos diz respeito à contratação de recursos humanos".

O secretário, diante do quadro próximo a um colapso, apelou mais uma vez para a boa vontade da população. "Nós vivemos uma situação extremamente crítica. O Espírito Santo, a cada semana que passa, não estabiliza o comportamento da doença. Insistimos com a população e todos os poderes de que precisamos isolar a sociedade. Neste momento, o isolamento não é só para quem está doente. Só devemos sair de casa para atividades extremamente essenciais", finalizou. 

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