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Federações e sindicatos do setor produtivo comentam fechamento até 4 de abril

Entidades representando bancos, bancários, comerciantes e setor de material de construção avaliam que as medidas são duras; mas necessárias

Foto: Gabriela Molina / Folha Vitória

Sindicatos, federações e instituições privadas comentaram as novas medidas de restrição ao comércio e às atividades do setor produtivo anunciadas pelo governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, na tarde desta quinta-feira (25). 

O novo decreto retira bancos, financeiras, casas lotéricas, lojas de material de construção, oficinas mecânicas, lojas de peças automotivas, comércio atacadista, entre outras atividades, da classificação de serviços essenciais. Desta forma, esses estabelecimentos deverão ficar fechados do próximo domingo (28) até o dia 4 de abril, domingo de Páscoa. 

O transporte público também ficará suspenso neste período. Os ônibus do sistema Transcol e os municipais não poderão circular. As medidas, segundo o governo do Estado, são para restringir a circulação de pessoas e, consequentemente, diminuir a transmissão do novo coronavírus.

Bancos vão priorizar canais digitais

A Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) informou que a determinação para as instituições financeiras é que dêem prioridade ao atendimento pelos canais digitais, onde houver restrições mais rigorosas de isolamento social como no Espírito Santo. 

Os bancos recomendam que seus clientes e que a população em geral concentrem, ao máximo, suas atividades bancárias nos aplicativos de celular, internet, atendimento telefônico, caixas eletrônicos das agências e nos caixas 24 horas. 

Vencimentos de contas e tributos estão mantidos

A Febraban informou que as datas de vencimento de contas, boletos e tributos estão mantidas. "Os bancos, por iniciativa própria, não podem alterar essas datas, pois observam as condições contratuais com os emissores dos boletos e as normas de liquidação e compensação de pagamentos do Banco Central. Todas poderão ser pagas pelos canais digitais ou nos caixas automáticos, sem a necessidade de deslocamento às agências bancárias", reforçou a Federação.

Sindibancários-ES defende fechamento por 15 dias

O Sindicato dos bancários do Espírito Santo viu o aumento das restrições de maneira positiva, mas fez ressalvas. "O decreto amplia as restrições, mas há dois problemas: não é um lockdown e chega muito tarde", salientou o Sindibancários-ES. Para o sindicato, o fechamento deveria ser total e com duração de 15 dias. 

"Continuaremos a insistir por um lockdown, conforme é recomendado por médicos e cientistas para combater o vírus", sintetizou o diretor de imprensa do Sindibancários, Carlos Pereira de Araújo. 

No Espírito Santo, 2.500 bancários serão afetados pelas medidas mais restritivas do governo do Estado.

Fecomércio defende conscientização geral

A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Espírito Santo disse por meio de nota que, apesar de considerar as restrições muito "extensas", preza pela saúde da sociedade e reitera a importância da adoção de medidas sanitárias contra a covid-19, além da prevenção e conscientização de todos os empresários, colaboradores e cidadãos.  

"A entidade aguarda a publicação da nova legislação do governo do Estado com as novas medidas restritivas para deliberar mais orientações para o setor", concluiu a Fecomércio. 

Em 2020, segundo cálculos da Federação, foram fechadas 1.700 lojas em todo o estado, devido às restrições de circulação causadas pela pandemia. 

Delivery nas lojas de material de construção

O presidente da Associação dos Comerciantes de Materiais de Construção do Estado do Espírito Santo  Lésio Contarini, disse que as medidas pegaram o segmento de surpresa, mas concordou que elas são necessárias. 

Segundo Contarini, uma das preocupações com o fechamento das lojas é a manutenção de hospitais e de Unidades de Saúde.

"Fomos pegos de surpresa, porque sempre fomos considerados essenciais. Um dos fatores preocupantes para o nosso setor é que existem hospitais públicos que necessitam de manutenção e de itens de material de construção. Em cima disso, nós sensibilizamos o governo e ele permitiu que trabalhássemos em sistema delivery. Com isso, poderemos atender as urgências desses hospitais e também a dos clientes residenciais e das empresas", defendeu. 

Mesmo com delivery, a Acomac-ES estima que a queda no faturamento poderá variar de 40% a 50%. "Muitos clientes precisam ir até a loja pois têm dúvidas na hora de comprar e de escolher um tipo de material de construção e não vão aceitar pedir por delivery", ponderou o presidente da associação.

Na visão da Acomac-ES, o Estado deveria flexibilizar os horários de abertura do comércio em geral  e, assim, permitir uma maior diluição no transporte público. "Toda a loja que está aberta segue os protocolos. Não é o comércio que está propagando o vírus e aumentando a ocupação da UTI. A maior concentração é a do transporte coletivo que vive sobrecarregado em horários de pico", sugeriu.

Contarini acrescentou que só o setor de material de construção emprega cerca de 9 mil trabalhadores. 

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