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Idosos voltam a estudar, concluem graduação e se tornam referência para universitários no Estado

Considerado uma referência pelos colegas de sala de aula, Carlos foi o líder da turma durante os cinco anos de curso. Modesto, ele diz que não se acha referência

Carlos Nascimento concluiu sua quarta graduação, com 65 anos Foto: Divulgação P6 Comunciação

Superação é uma palavra que cabe bem no vocabulário de três aposentados que decidiram voltar aos estudos. Dois deles estão se formando na próxima semana pela faculdade Estácio de Sá, em Vitória e outra já se formou pela faculdade Unopar EAD, no pólo de Barra de São Francisco, no Norte do Estado. 

Formado em administração, economia, teologia e agora direito, Carlos Nascimento, de  65 anos está realizado, mas longe do seus objetivos, ele quer fazer mestrado na área de direito e ser professor universitário.

“Todos os dias chegava mais cedo e estudava das 6h30 às 7h50, antes da aula. Foram 1.100 horas extras de estudo, além da sala de aula”, conta Carlos. A dedicação valeu a pena, o universitário passou na 1ª e 2ª fases do Exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). 

Considerado uma referência pelos colegas de sala de aula, Carlos foi o líder da turma durante os cinco anos de curso.  Modesto, ele diz que não se acha referência, mas que fica feliz de ter ajudado os colegas de classe. “No início, teve gente que pensou em desanimar, mas acho que pensavam que se eu, o vovô da sala, consegui, eles também podiam. Foi uma questão de honra para eles”, brinca. 

Edna Albertino, tem 62 anos, e concluiu o curso de turismo. A agora turismóloga, já trabalhava com excursões quando resolveu aperfeiçoar seus conhecimentos. Durante os estudos a aposentada perdeu o esposo, seu grande incentivador, e com muita garra reuniu ânimo para continuar os estudos. 

Os planos de Edna não param, esse mês ela quer entrar na autoescola. ““Este mês entrarei na autoescola. Se eu venci tudo isso e cursei a faculdade, vou vencer aqui também”, diz otimista

Em Barra de São Francisco, uma aluna de 82 anos, se formou no curso de gestão ambiental. E os alunos fizeram fila para tirar foto com Ana Fernandes Pereira. A universitária deixou de estudar na quarta série do ensino básico.

“Meu pai valorizava o trabalho, não o estudo. Naquela época, mulher só precisava saber ler e escrever”, lembra Ana.

A dona de casa atravessava a cidade de Mantena, em Minas Gerais para ter aulas em Barra de São Francisco, e após dois anos e meio de curso, ela se formou no mês passado. 

“Eu me apaixonei pelo curso. Tinha que ser assim, sabe? Eu adoro natureza, minha casa parece uma floresta, tem pé de tudo: jatobá, sucupira, goiabeira, mangueira… só não tenho pé de dinheiro”, brinca Ana.

Dona Ana aprendeu durante o curso a fazer pesquisas e trabalhos no computador e agora se arrisca nas redes sociais. A vovó que gosta de andar de bicicleta e dirigir pela cidade onde mora, está agora se preparando para fazer a pós graduação.

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