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Doria quer recapear 400 mil m² a partir de maio; Paulista será vitrine

Redação Folha Vitória

São Paulo - A Prefeitura da capital paulista iniciará em maio um programa de recapeamento das principais vias de São Paulo, com o objetivo de beneficiar uma área de 400 mil metros quadrados. A medida foi anunciada ontem pelo prefeito João Doria (PSDB), durante evento de balanço dos cem primeiros dias de gestão. A ação deverá ser custeada por meio de recursos municipais, arrecadados com multas de trânsito, verba federal e parcerias com empresas privadas e concessionárias de serviços, como de água e gás - esta última em fase de negociação.

"No dia 2, começaremos um programa de recapeamento, o Asfalto Novo. Mesmo com escassez, conseguimos viabilizar recursos do governo federal (Ministério das Cidades), formando um fundo para o asfaltamento de 400 mil metros quadrados", disse Doria. De acordo com o prefeito, paralelamente, as empresas que já realizam o serviço na capital se comprometeram a custear o recapeamento de outros 280 mil metros quadrados de asfalto. "E é asfalto de qualidade. Agora não tem mais esse negócio de padrão 1, 2, 3. Tem só um padrão: o padrão de qualidade."

O investimento municipal será viabilizado por meio do Fundo Municipal de Desenvolvimento de Trânsito, formado com o pagamento de multas à Prefeitura. A expectativa é de que sejam retirados R$ 200 milhões dessa conta para o pontapé inicial do programa. Doria, no entanto, quer que a iniciativa privada pague pelo recapeamento da Avenida Paulista, via que deve servir como vitrine da ação. Até agora, ainda não há doação fechada neste sentido.

Do mesmo modo, as concessionárias de serviços, como Sabesp e Comgás, ainda negociam com a Prefeitura a forma como se dará a participação do setor no programa. Doria tem declarado publicamente que sua meta é fazer com que elas aumentem o recapeamento do entorno do buraco que abrem nas ruas para fazer determinado serviço ou reparo. Segundo o tucano, para cada metro quadrado aberto é necessário recapear 50 metros quadrados.

O último grande programa de recapeamento em São Paulo se deu em 2014. Por causa da Copa do Mundo da Fifa, o então prefeito Fernando Haddad (PT) trocou o asfalto de algumas das principais vias, como as Marginais e as Avenidas Paulista e Rebouças. De lá pra cá, pouco foi feito. O resultado é que motoristas de diferentes partes da capital paulista têm convivido com uma rotina de desvios que aparenta ser cada vez presente.

Tapa-buraco

A situação fez a Prefeitura intensificar, no início de março, as atividades da operação tapa-buraco, que a atual gestão trata como programa diferenciado em relação ao Asfalto Novo. A administração não informou quantos chamados recebeu desde o começo do ano para reparos. Em seu site, porém, há dados apontando que, desde o início de fevereiro, 27.558 buracos foram tapados, somando 204 mil metros quadrados em diferentes regiões da cidade, o equivalente ao espaço de 28 campos de futebol.

As planilhas da Secretaria das Prefeituras Regionais mostram que as atividades ocorreram em diferentes regiões da cidade, como São Mateus, na zona leste, onde 18 mil metros quadrados foram cobertos, além de Jaçanã, na zona norte (17 mil m2), Sé, no centro (12 mil m2) e Pinheiros, na zona oeste (11 mil m2). Até o fim de junho, o serviço deve se concentrar na Vila Maria, zona norte, e no Butantã, zona oeste, onde as atividades devem ocorrer em 1.180 e 420 logradouros, respectivamente.

A média mensal é similar à da gestão Fernando Haddad (PT), em 2015, quando mais de 24,5 mil buracos foram tapados. A Secretaria das Prefeituras Regionais informou que tem 75 equipes de tapa-buraco.

Outra marca da gestão João Doria (PSDB), a operação já conta com doações de uma empresa privada. A Única Asfaltos doará 1,2 tonelada para a atividade, pequena parcela dos cerca de 20 mil toneladas que a Prefeitura pretende usar por mês. O volume total de massa asfáltica é suficiente para fechar cerca de 40 mil buracos com dimensões de dois metros quadrados.

Para a administração, a quantidade de defeitos nas vias é explicada por diferentes fatores, como a grande quantidade de intervenções e obras, idade avançada das estruturas e mudança de uso, que ainda refletem no sistema de drenagem, com risco de alagamentos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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