Morte irmãos carbonizados

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“Prazo de 30 dias é razoável para perícia, mas essa é atípica”, diz bombeiros sobre morte de irmãos

O comandante do segundo batalhão do Corpo de Bombeiros explicou que o caso é complexo


O Corpo de Bombeiros está realizando perícia na casa onde os irmãos Joaquim Alves Sales, de 3 anos, e Kauan Sales Burkovsky, de 6 anos, foram carbonizados, em Linhares. De acordo com o tenente coronel Ferrari, comandante do segundo batalhão de Bombeiros Militares, o caso é complexo.

Perguntado sobre a possibilidade de salvar uma pessoa em um incêndio, ele explicou que isso varia em cada caso. "A possibilidade de salvar uma pessoa varia de incêndio para incêndio. Na perícia a gente busca dados dos materiais que compõe o fio, em que esse material está encostado. Se está encostado em um móvel de madeira a evolução do incêndio é uma, se está em um colchão a evolução é outra. Se não está encostado, as temperaturas mais altas ficam em cima. Tudo depende do que tinha no local", informou o comandante.

>> Veja a linha do tempo sobre a morte dos irmãos em Linhares

O tenente coronel Ferrari explicou também que os bombeiros ainda estão trabalhando para descobrir as causas do incêndio. "Nesse caso específico a gente ainda não chegou a nenhuma conclusão. Dependendo dos dados que a gente conseguir, essa ferramenta pode nos permitir responder essa pergunta [se daria tempo de salvar as crianças]", disse.

Para analisar o que aconteceu no local, os peritos fazem a coleta de marcas de onde foi queimado, da fuligem da fumaça e depois análises são feitas em laboratório. "A gente faz a coleta de dados, as marcas de queima, de fuligem da fumaça e diante dessa coleta de dados a gente começa a trabalhar as hipóteses. Nós não descartamos nenhuma hipótese, mas ainda dependemos de comprovações laboratoriais, simulação computacional para poder descartar alguma hipótese. A gente não tem resultado desses testes ainda", destacou.

Sobre o prazo para que o resultado com as causas do incêndio saia, o comandante disse pode levar dias. "É difícil dizer um tempo exato, mas pela complexidade do caso o computador pode levar dias processando os dados. Como a gente deve processar várias hipóteses, não tem como marcar um prazo de alguma resposta. Trinta dias é o prazo normal de uma perícia, mas essa é bem atípica, então não dá para estimar. Normalmente o prazo de 30 dias é razoável para a conclusão", afirmou.

Ele também não descartou a possibilidade de novas perícias serem realizadas na casa. "Em qualquer trabalho pericial a gente coleta os dados iniciais. Quando a gente está processando esses dados, analisando as fotos, traçando as hipóteses, as vezes aparece mais uma pergunta e precisa voltar ao local para colher novos dados. Para fazer a simulação computacional eu preciso ir no local e tirar todas as medidas do cômodo. Acredito que com a perícia da Polícia Civil aconteça a mesma coisa", informou.


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