Geral

Trump: Vamos fazer um grande favor ao mundo com acordo entre Coreias

Redação Folha Vitória

São Paulo, 28/04/2018 - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a reivindicar crédito pelo encontro histórico da última sexta-feira (27) ontem entre os líderes da Coreia do Norte e Coreia do Sul, durante comício na noite deste sábado em Michigan. "Vamos fazer um grande favor ao mundo (com o acordo). Vamos ver como as coisas se desenvolverão, mas creio que nos sairemos bem", disse Trump à plateia. As duas Coreias se comprometeram a trabalhar pela "desnuclearização" da península e pela aprovação de um acordo de paz, a ser assinado ainda em 2018. Mas o comunicado assinado pelo presidente sul-coreano, Moon Jae-in, e pelo ditador norte-coreano, Kim Jong-un, não menciona como o Norte eliminaria seu arsenal nuclear.

Ao comparecer ao comício, Trump deixou de comparecer a um jantar com correspondentes em homenagem à primeira emenda à constituição dos EUA, que impede que o Congresso faça qualquer lei que limite a liberdade de expressão e de imprensa, entre outras determinações.

Durante seu discurso, o presidente norte-americano abordou os principais temas que têm girado em torno de seu governo nos últimos meses. Um deles referente ao senador democrata Jon Tester, um dos líderes do comitê no Senado que apresentou relatório contra Ronny Jackson, que seria nomeado por Trump como Secretário de Assuntos de Veteranos dos EUA. O relatório acusa Jackson de ter batido um veículo do governo enquanto dirigia embriagado, entre outras alegações. Depois da divulgação do documento, Jackson anunciou, na última quinta-feira, que desistira de sua nomeação ao cargo.

Trump criticou duramente "pessoas como Tester" e a imprensa norte-americana que, segundo o presidente, fazem acusações com base em informações de "fontes que não existem". "Jackson serviu os presidentes (George) Bush e (Barack) Obama, todos disseram que ele era fantástico. O que fizeram com Jackson estão fazendo com muita gente", disse Trump. "Precisamos votar contra caras como Jon Tester", acrescentou. Tester busca sua reeleição neste ano. O presidente declarou, ainda, que sabe de "coisas" sobre Tester que não teriam permitido a eleição do senador - se as informações fossem conhecidas do público. Mas não deu mais detalhes sobre o que saberia sobre o democrata.

O presidente dos EUA também abordou a revisão da política comercial do país e a renegociação de alguns acordos, como o Nafta. Há cerca de um mês, a administração Trump anunciou a imposição de taxa de 25% sobre as importações de aço e 10% sobre as de alumínio, o que desencadeou uma guerra comercial com a China, grande exportador destes metais. Em reação, a China fixou novas tarifas sobre mais de 100 produtos americanos, incluindo a soja. Trump lembrou, em seu discurso, que até então chineses pagavam 2,5% de tributos na exportação de carros para os EUA, enquanto os norte-americanos pagavam 25% de tributos em alguns casos.

"A partir de agora (com os tributos impostos pelos EUA), a China vai começar a abrir seu mercado para nós, mas não só a China. Quando digo que estou negociando o Nafta, estou fazendo um bom negócio", declarou à plateia. "No longo prazo, vocês vão ficar muito felizes. Estamos dizendo para os chineses: construam uma fábrica aqui se quiserem vender carros para os Estados Unidos."

Trump chamou a atenção para outra série de pontos, como a necessidade de proteger as fronteiras do país, inclusive por razões de segurança. Mas admitiu a necessidade da mão de obra de imigrantes, também nas fazendas. "Vamos permitir que eles venham trabalhar e ajudar nas fazendas, nós precisamos deles. Mas depois eles precisam ir embora", declarou.

O presidente aproveitou, ainda, para destacar resultados econômicos de sua gestão até o momento. Dentre os quais, os baixos níveis de desemprego de americanos afrodescendentes, de origem hispânica e mulheres. "O nível de desemprego do afro americanos e hispânicos são os mais baixos da história do país. O das mulheres, o menor em oito anos." Dando sequência ao discurso, Trump afirmou que se não tivesse sido eleito, tributos no país não teriam sido reduzidos e o Produto Interno Bruto estaria negativo. "Se democratas voltarem ao governo, vão suspender os cortes nos tributos que promovemos", disse. (Clarice Couto - [email protected])

Pontos moeda