MORTE gerson camata

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Caso Gerson Camata: nove pessoas são ouvidas durante primeira audiência de instrução

Ao todo, oito testemunhas de acusação prestaram depoimento, além da viúva da vítima, Rita Camata, que foi ouvida na condição de informante

Foto: TV Vitória
Audiência de instrução sobre o assassinato de Camata aconteceu no Fórum Criminal de Vitória

Nove pessoas foram ouvidas nesta segunda-feira (22), no Fórum Criminal de Vitória, na Cidade Alta, durante a primeira audiência de instrução sobre o assassinato do ex-governador do Espírito Santo e ex-senador Gerson Camata. Ao todo, oito testemunhas de acusação prestaram depoimento, além da viúva da vítima, Rita Camata, que foi ouvida na condição de informante.

Os trabalhos na 1ª Vara Criminal de Vitória duraram mais de sete horas - começaram pouco depois das 13 horas e terminaram pouco antes das 21 horas. Entre as testemunhas que participaram das oitivas nesta segunda-feira, estão o deputado estadual e delegado aposentado, Danilo Banhiense, que efetuou a prisão de Marcos Venicio Moreira Andrade, de 66 anos, acusado de matar Gerson Camata, no mesmo dia do crime.

Também foram ouvidos, entre outras testemunhas, o chef Carlos Ayres, o Cassinho, que presenciou de perto o assassinato de Camata, o dono da banca de jornal próximo ao local do crime e o proprietário da loja onde Marcos Venicio teria deixado a arma logo após o homicídio.

De acordo com agentes penitenciários que trabalhavam no local, Marcos Venicio chegou a comparecer à audiência. No entanto, o acusado teria sido dispensado por motivos de saúde e para evitar o contato com a família de Camata.

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Para esta terça-feira (23), a previsão é que outras oito pessoas sejam ouvidas no Fórum Criminal de Vitória, entre testemunhas de defesa e o próprio acusado. A partir do que for constatado nesses dois dias de audiência, a Justiça vai determinar se o réu será ou não submetido a juri popular.

"Logo então as partes farão alegações finais e o processo irá para o juiz, para que ele profira essa decisão, a chamada decisão de pronúncia, submetendo ou não o acusado ao tribunal popular", explicou um dos advogados da família de Camata, Ludgero Liberatto.

O crime

Gerson Camata foi assassinado com um tiro no pescoço na tarde do dia 26 de dezembro do ano passado, na Praia do Canto, em Vitória. Marcos Venício Moreira Andrade foi preso no mesmo dia e confessou ter assassinado o ex-governador.

Marcos é economista e era o responsável pelas finanças e pelas campanhas políticas de Camata entre os anos de 1986 e 2005. O ex-governador moveu um processo contra o acusado depois que ele foi a público apontar possíveis irregularidades no governo de Camata. Eles tinham uma briga desde então e o processo teria motivado o crime.

O ex-assessor foi condenado pela Justiça por calúnia e difamação, após dar uma entrevista ao jornal "O Globo", em 2009, acusando Camata de cometer supostas irregularidades, como o envio de notas fiscais frias e ter cobrado mensalidade de empreiteiras para votar projetos que fossem de interesse das empresas. A multa inicial para Andrade, na ação por difamação, foi estipulada no valor de R$ 50 mil.

Andrade recorreu da decisão, mas não conseguiu reverter a pena. Porém, a multa foi reduzida para R$ 20 mil. Com o passar dos anos e com os juros cobrados, o valor triplicou, alcançando a quantia de R$ 60 mil. Em 2018, a Justiça bloqueou as contas de Marcos Venicio para o pagamento da indenização.

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