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'Ele era tranquilo, não se envolvia em problema', diz irmã de morador de rua assassinado

Wallace Brumana morava há dez anos na rua, mas fazia contato com a família e não tinha perfil agressivo. 'Ele ficou mais retraído após a morte da nossa mãe', diz irmã

Foto: TV Vitória

O morador em situação de rua assassinado na madrugada desta sexta-feira (19) em Vila Velha foi identificado pelos familiares. Wallace Brumana tinha 31 anos e morava nas ruas há dez, mas sempre manteve contato com a família.

A irmã dele, Elizangela Brumana, procurou o Departamento Médico Legal (DML) para reconhecer Wallace, mas, por falta de documentos, o corpo não pode ser liberado. A família terá que esperar até segunda-feira (22) para retirar uma segunda via da certidão no cartório para conseguir a liberação do cadáver.

"Ele era uma pessoa tranquila, não se envolvia em problemas. Ele morava na rua por opção dele, mas estava sempre junto da família. Onde minha mãe morava, ele ia atrás. Mas quando ela morreu, há uns sete anos, ele se distanciou um pouco", conta.

'Agressões são comuns', dizem moradores de rua

Um amigo do morador de rua que morreu após ser espancado em Vila Velha, conta que as agressões são frequentes. Sem se identificar, ele mostra o braço engessado e explica que ele próprio foi vítima de agressão recentemente.

O jovem de 28 anos diz que após ter sido agredido, foi socorrido e levado desacordado para o hospital. De acordo com ele, um homem o abordou na rua, na região de Itaparica, em Vila Velha, e com um pedaço de pau na mão acusava ele te ter assaltado a esposa dele.

Foto: Reprodução TV Vitória

“Eu levantei meu braço e disse que não tinha feito nada, e que eu era morador de rua e vigio um quiosque, mas o rapaz me deu uma paulada mesmo assim e quebrou meu braço, eu disse que ele estava batendo na pessoa errada, mas ele ainda me deu outras paulada e socos e eu só acordei no outro dia no hospital”

Espancado na noite desta quinta-feira(19), o amigo dele, Wallace Brumana, morreu a caminho do hospital. O jovem explica que estava dormindo próximo da vítima e acordou quando o agressor chegou gritando. 

“Ele já chegou falando: acorda ladrão, acorda ladrão! Depois disso ele deu um soco forte na barriga do Wallace e foram uns 30 minutos de espancamento sem ele reagir”

Com o braço quebrado e ainda se recuperando das agressões que passou, ele disse que tem medo de continuar morando na rua, mas que não tem opção. “Fico com medo, mas confio muito no Deus que sirvo mesmo em meio às falhas” 


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