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Governo do ES vai emprestar 14,5 mil medicamentos do 'kit intubação' para hospitais privados

Serão contemplados sete hospitais filantrópicos e privados, a maioria localizada no sul do estado, onde o desabastecimento tem comprometido o atendimento

Foto: Diego Simão/TV Vitória

O governo do Estado vai emprestar 14.525 medicamentos do chamado “kit intubação” a sete hospitais filantrópicos e privados do Espírito Santo, que, diante da alta demanda no mercado, têm enfrentado dificuldades para manter os estoques de medicamentos utilizados em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), a maior parte das unidades contempladas estão na Região Sul, que hoje estão com desabastecimento a ponto de comprometer o atendimento aos pacientes.

Os hospitais contemplados são contratualizados com o Estado e receberão empréstimo emergencial da Sesa. São eles: Hospital Santa Casa de Misericórdia de Cachoeiro de Itapemirim; Hospital Menino Jesus de Itapemirim; Hospital Santa Casa de Misericórdia de Colatina, Hospital Evangélico de Cachoeiro de Itapemirim, Hospital Materno-Infantil Francisco de Assis (HIFA), em Cachoeiro de Itapemirim; e Vila Velha Hospital. Vale destacar que os hospitais filantrópicos são instituições privadas, porém sem fins lucrativos, que possuem contrato com o Sistema Único de Saúde (SUS).

A Secretaria da Saúde informou que realizou um levantamento entre as unidades hospitalares estaduais que estão com estoques garantidos para mais de sete dias e que realizará o empréstimo já a partir desta sexta-feira (16). 

A definição ocorreu durante uma reunião realizada na quarta-feira (14) com diretores de diversos hospitais do sul do estado. Ainda nesta quinta-feira (15), o governo do Estado deverá fazer um novo encaminhamento sobre o assunto, apoiando esses hospitais em uma ação judicial conjunta para obrigar os fornecedores a entregarem os medicamentos já comprados.

Leia também: Com alta ocupação nas UTIs para covid-19, hospitais do ES estão racionando medicamentos

Ainda de acordo com a Sesa, o Estado também apoia os hospitais em processos de compra internacionais de medicamentos já em andamento, que deverão abastecer a rede estadual e privada por três meses. O processo conduzido pela Sesa, por exemplo, contém 14 itens que demandarão investimentos da ordem de mais de R$ 22 milhões.

A Sesa disse ainda que tem garantido o abastecimento de medicamentos nos hospitais estatais a partir da gestão estratégica das unidades, diante de um cenário pandêmico que impõe um aumento na demanda assistencial. As equipes se prepararam, ajustando contratos para garantir a demanda por consumo e até mesmo requerendo, por via judicial, a entrega de insumos já adquiridos, como ocorreu recentemente. 

A Procuradoria-Geral do Estado (PGE) impetrou 13 ações para obrigar empresas vencedoras de processos licitatórios junto à Sesa a fornecerem o chamado "kit intubação". Todas foram julgadas em favor da Administração Pública Estadual.

De acordo com o secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes, o governo tem realizado análises de cenários futuros de todos os momentos da pandemia, assim ocorreu na primeira, segunda e terceira expansão do novo coronavírus, bem como a adoção de medidas proporcionais relacionadas à ampliação de leitos, compra de insumos, materiais diversos e a contratação de recursos humanos.

“Em cada momento desses, o Estado alertou os prestadores de serviços e gestores municipais sobre as possíveis carências de fornecimento diante do cenário de alta demanda. Neste momento, o governo do Estado compreende que o problema do setor privado não é do setor privado, então precisamos colaborar como parte da solução dos problemas que enfrenta a saúde do Espírito Santo”, pontuou o secretário.

Nésio Fernandes destacou ainda que enviou nesta quinta-feira ofício ao secretário executivo do Ministério da Saúde sobre o risco de desabastecimento do estoque de medicamentos da rede contratualizada, destacando que o Estado tem recebido quantitativos insuficientes de medicamentos para tratamento de pacientes com a covid-19, observando um aumento significativo na demanda assistencial, a partir da oferta de mais de mil leitos de UTI e o registro médio de ocupação acima de 94%.

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