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Guarapari terá semana de orientação sobre processos de adoção

A semana da adoção em Guarapari acontece entre os dias 20 e 26 de maio

Aline Couto

Redação Folha da Cidade

O sonho da maternidade pode ser realizado de formas diferentes, seja gerando um bebê no próprio ventre ou uma gestação que começa com papéis e termina no coração. Ter um filho não é necessariamente gestar e parir, mas sim abrir o coração. A semana da adoção em Guarapari, entre 20 e 26 de maio, tem o objetivo de conscientizar e orientar as pessoas sobre o ato de amor que é adotar.

A Semana Adotar é Legal é uma iniciativa do grupo de apoio Gerando com Coração em parceria com a Faculdade Doctum, o ExtraCenter e a Vara da Infância e Juventude de Guarapari. A Semana conta com uma caminhada, exposição de fotografia e um seminário com palestras e debates.

A comerciante Virgínia Silva, 39, participa do grupo de apoio e é uma mãe de coração, adotou duas crianças ainda bebês. “Como tive dificuldade em engravidar, optei pelo processo de adoção. Primeiro veio Gabriel em 2010 com 55 dias de vida, depois em 2013 foi a vez de Rafaela chegar a minha vida com 8 meses. Foi tudo muito tranqüilo e não existe nenhuma diferença entre o amor e o tratamento se algum deles fosse biológico”, relatou.

Ela ainda acrescenta que a ideia da semana é mostrar os novos arranjos familiares da atualidade. “Queremos mostrar que a adoção é legal e é pra sempre como qualquer filho. É um útero no coração”.

Parceiro de Virgínia no Gerando com Coração, o sociólogo Antônio Santo escolheu pela adoção tardia, quando as crianças passaram da fase de bebê. “Eu e minha esposa Camila não temos problemas para engravidar, apenas optamos pela adoção. Temos 4 filhos, todos irmãos, entre 12 e 19 anos. Foi uma escolha muito feliz e vivemos tudo da mesma forma que todos, dando sempre muito amor e educação para os nossos filhos. Nosso processo de adoção começou há sete anos e foi concluído ano passado”.

Além da adoção tardia, a família tem outras lutas. “Nós achamos que fomos predestinados a isso, já enfrentamos a batalha diária por sermos um casal inter racial, agora temos filhos negros e especiais”, contou Antônio que será um dos palestrantes do seminário.

Uma das mediadoras dos debates do seminário, a assistente social da Vara da Infância e Juventude de Guarapari, Elaine Simone, disse que o mais difícil é mudar a mentalidade das pessoas com relação à adoção. “As pessoas precisam saber que ali é um compromisso de verdade, que o amor e a criação são da mesma forma que se estivesse gerado. Existe todo um processo psicológico e social, além das escolhas e preferências”.

Elaine pontuou que o sociólogo ainda é uma exceção com relação às escolhas para a adoção. “Normalmente optam por bebês, apesar de uma melhora ter acontecido nos últimos seis anos. Ainda é difícil também a questão racial, de idade e de saúde. Quanto mais velho mais difícil de ser adotado”.

O Adotar é Legal começa com uma caminhada na orla da Praia do Morro no dia 20. De 21 a 25 haverá uma exposição de fotografia no ExtraCenter com um coquetel de abertura as 19h do dia 21, e no dia 26, levando uma caixa de leite para a inscrição, vão acontecer palestras e debates na Doctum.


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